Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) considera que o preço do petróleo pode subir até os US$ 175 e o do gás natural até 250 euros (cerca de US$ 272,10). As estimativas foram divulgadas nesta quinta-feira, 7, em evento do banco sobre energia. As previsões máximas levam em conta os cenários de maior estresse desenhados pelos analistas e trazem como plano de fundo as consequências da guerra da Ucrânia e a demanda reprimida pela pandemia.
Os futuros do barril do tipo brent para junho eram negociados a US$ 100,73 por volta das 14h40 no mercado inglês, enquanto o WTI para maio era cotado a US$ 96,12 nos EUA.
Segundo o analista Francisco Blanch, caso o pior dos cenários para as commodities se confirme, o pico da cotação do petróleo já se dará por volta do segundo trimestre de 2022. O gás natural, porém, poderia atingir sua maior cotação prevista no quarto trimestre deste ano. Esses cenários mais negativos levam em consideração os impactos remanescentes da pandemia de coronavírus, a interrupção do mercado de commodities e a possibilidade da Guerra da Ucrânia se arrastar por um período maior de tempo, o que teria um impacto direto nas exportações russas.
Cenários de estresse
Para o Brent , o preço do barril deve chegar a US$ 175 no 2T22 no pior dos cenários, depois as cotações deveriam cair a US $130 e US$ 115 nos 3T22 e 4T22, respectivamente. Assim, a média de preços em 2022 ficaria em US$ 130 o barril e, para 2023, a previsão seria de US$ 110.
Enquanto isso, para o WTI, no pior dos cenários, os preços para os próximos três trimestres deveriam ficar em US$ 170, US$ 125 e US$ 110, o que faria com que a média de 2022 ficasse em US$ 125 e, para 2023, a previsão seria de US$ 105.
Já o gás natural (UE TTF), tende a subir nos próximos trimestres na Europa, custando 200 euros no 2T22, 225 euros no 3T22 e 250 euros no 4T22. Dessa maneira, no pior cenário, a média do gás natural em 2022 seria de 200 euros e, em 2023, de 225 euros.
Rússia e EUA
Blanch considera que é difícil substituir o papel da Rússia como exportadora de petróleo e gás natural. Isso acontece não apenas por causa da dependência europeia das commodities russas, mas também porque o país é o segundo maior vendedor de petróleo para a China, ficando atrás apenas da Arábia Saudita.
Além disso, o analista do BofA comenta que a liberação das reservas dos Estados Unidos, por mais que pareça reduzir os preços do petróleo em um primeiro momento, na verdade, apenas desloca a curva da demanda de lugar. Isso pois eventualmente o país precisará voltar às compras para repor as suas reservas.
Otimismo
Apesar de fazer previsões para cenários mais estressantes, o BofA se mantém otimista de que não haverá uma interrupção no comércio das commodities, visto que nas últimas duas semanas o fluxo de gás natural da Rússia para a Europa aumentou, apesar do conflito na Ucrânia.
Assim, no cenário mais otimista, o preço do Brent no 2T22 deve ficar em US$ 110, no 3T22, em US$ 90, no 4T22, em US$ 80, com a média de 2022 em US$ 95. Para 2023, a previsão é de US$ 75 o barril. Já para o WTI, as estimativas são de US$ 105, US$ 85 e US$ 75 nos próximos trimestres, com a média anual de US$ 90 em 2022 e US$ 70 em 2023.
Na estimativa mais otimista para o gás natural, o 2T22 deve terminar um preço em 75 euros, o 3T22 e 4T22 em 65 euros. Dessa forma, a média de 2022 será de 75 euros e a de 2023, de 55 euros.