Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo se desvalorizaram na terça-feira, caindo para os menores níveis em uma semana em meio a receios com o crescimento global, especialmente enquanto a China, o maior importador do mundo da commodity, enfrenta um surto persistente de Covid-19.
Às 12h10, os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com baixa de 1,85%, a US$ 101,24 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam queda de 1,81% a US$ 104,02 por barril.
O recuo no preço do petróleo está refletindo as tendências nos mercados financeiros globais, à medida que os investidores abandonam ativos de maior risco em função de temores relacionados aos aumentos das taxas de juros e o consequente impacto sobre o crescimento econômico.
O relatório de estabilidade do Fed destacou os riscos de recessão para os EUA e outros países, acompanhando o alerta do Banco da Inglaterra na semana passada de que a economia do Reino Unido irá se contrair em 2023.
Soma-se a estes receios a desaceleração econômica da China, a segunda maior economia do mundo, quando as suas duas maiores cidades, Pequim e Xangai, apertam as restrições sobre os deslocamentos, dando continuidade a política de Covid zero do país.
Os lockdowns prejudicaram a economia da China, com o Primeiro-Ministro Li Keqiang alertando para uma situação "complicada e grave” no mercado de trabalho.
As importações de petróleo da China cresceram quase 7% em abril em relação ao mesmo mês do ano anterior, um aumento de 4,1% no mês.
"No entanto, as importações acumuladas até agora neste ano ainda apresentam baixa de cerca de 4% no ano a ano", afirmaram os analistas do ING, em relatório. "Teremos de esperar até ao final deste mês pelos dados comerciais mais detalhados para ver de onde vêm esse aumento dos fluxos de abril. Os fluxos de petróleo da Rússia para a China podem ter aumentado ao longo do mês, considerando-se os maiores descontos que temos visto para o petróleo russo desde a guerra".
Ao mesmo tempo, a União Europeia parece ter suavizado algumas das suas propostas de sanções às exportações de petróleo russo, após a resistência de alguns dos países mais dependentes da energia da Rússia, especialmente a Hungria.
"Parece que o mais recente pacote de sanções precisará ser atenuado para que seja aprovado por todos os membros", afirmou o ING. "Já existem relatos de que a UE abandonou parte da proposta que proibiria os navios-tanque da UE de transportarem petróleo russo para destinos fora da UE".
O American Petroleum Institute deve anunciar seus dados semanais de inventários às 17:30h, num contexto de preços recordes do diesel.
O custo médio de um galão de gasolina no varejo atingiu US$ 4,374 no início de terça-feira, de acordo com a American Automobile Association, ultrapassando o recorde anterior de US$ 4,331.