Investing.com - Preços do petróleo recuperaram perdas nesta segunda-feira, saindo dos níveis mínimos do pregão após relatos de que a OPEP possa estender seu acordo de redução da produção com países externos à organização para além de junho caso os estoques globais não caiam a um nível desejado.
Contratos de petróleo Brent com vencimento em maio na Bolsa de Futuros ICE (ICE Futures Exchange) em Londres perderam US$ 0,06 e o barril foi negociado a US$ 51,68 às 12h10 em horário de Brasília. A referência mundial caiu 1,5% mais cedo e atingiu a mínima da sessão de US$ 51,01.
Do outro lado do Atlântico, o contrato com vencimento em abril do petróleo West Texas Intermediate perdia US$ 0,24, ou cerca de 0,5%, com o barril negociado a US$ 49,06, recuperando-se após atingir a mínima do dia de US$ 48,46.
Produtores da OPEP estão cada vez mais favoráveis a estender para além de junho o pacto de redução de oferta de petróleo para equilibrar o mercado, informaram fontes do grupo, embora Rússia e outros países externos à organização precisam permanecer como parte da iniciativa.
"Uma extensão é necessária para equilibrar o mercado", afirmou um representante da OPEP. "Qualquer extensão do acordo de redução deve ser feita com países externos à OPEP".
Produtores da OPEP e externos à organização, como a Rússia, realizaram um acordo em novembro do ano passado para reduzir a produção em quase 1,8 milhão de barris por dia para 32,5 milhões nos primeiro seis meses de 2017, mas o movimento teve pouco impacto nos estoques até o momento.
O relatório mensal mais recente da OPEP mostrou que os estoques mundiais de petróleo subiram em janeiro para 278 milhões de barris acima da média de cinco anos.
O Kuwait deve organizar uma reunião ministerial em 26 de março incluindo membros e não-membros da OPEP para rever a conformidade com o acordo de produção e discutir se os cortes devem ser estendidos para além de junho.
Na sexta-feira, uma pesquisa com analistas de mercado mostrou que a OPEP teria que estender sua redução na produção para além de junho, já que a retomada da produção fora do trupo, especialmente nos EUA, pode frustrar os esforços ao fazer surgir uma provisão de estoque não utilizado.
O petróleo caía mais de 1% mais cedo, já que a produção de xisto nos EUA continua a alimentar preocupações com um excesso global de oferta.
Na sexta-feira, dados da Baker Hughes, empresa fornecedora de serviços a campos petrolíferos, revelaram que o número de sondas de extração de petróleo ativas nos EUA aumentou em 14 na semana passada, o nono aumento semanal seguido.
O número total, portanto, chega a 631, o maior desde setembro de 2015, reforçando receios de que a recuperação em curso na produção de xisto no país possa afetar os esforços de outros grandes produtores para reequilibrar o movimento de demanda e oferta mundial
Ainda na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), contratos futuros de gasolina com vencimento em abril subiram US$ 0,009, cerca de 0,6%, para US$ 1,584 o galão, ao passo que contratos futuros de óleo de aquecimento com vencimento em abril ganharam US$ 0,003 e foram negociados por US$ 1,511 o galão.
Contratos futuros de gás natural com vencimento em abril ganharam US$ 0,07 e foram negociados a US$ 3,018 por milhão de unidades térmicas britânicas, já que previsões que mostram um clima mais frio a caminho impulsionaram o combustível de aquecimento.