Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo se mantiveram na maior parte inalterados na sexta-feira, avançando para encerrar a semana praticamente em estabilidade na medida em que os investidores buscavam equilibrar as esperanças de uma possível suspensão do lockdown contra a Covid-19 em Xangai com as preocupações em relação à perspectiva de demanda global.
Por volta das 13h05, os contratos futuros do petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preços para os EUA, eram negociados com baixa de 0,25%, a US$ 109,61 por barril, enquanto o contrato do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, caía 0,14%, para US$ 111,15 por barril.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam queda de 0,12%, a US$ 3,8270 por galão.
Este ano, o petróleo já subiu mais de 40% com a recuperação da demanda quanto aos impactos da pandemia e o ataque da Rússia à Ucrânia, que sacudiram os mercados globais.
No entanto, a confiança na recuperação econômica diminuiu nas últimas semanas, já que a inflação desenfreada obrigou os bancos centrais a apertarem a política monetária, enquanto uma série de cidades chinesas, em particular Xangai, entraram em lockdown para combater o surto persistente de Covid.
As autoridades começaram a relaxar o lockdown de Xangai no início desta semana, depois que a cidade registrou três dias consecutivos sem transmissão comunitária, mas muitas restrições permanecem em vigor e grande parte da população da cidade ainda está confinada nas suas casas.
Algo que também vem ajudando os humores tem sido a forte demanda nos mercados de derivados combustíveis, especialmente nos EUA, onde os preços da gasolina e do diesel subiram para níveis sem precedentes com a chegada da temporada de viagens no verão do hemisfério norte.
Os dados da Federal Highway Administration, divulgados na quinta-feira, mostraram que os motoristas dos EUA dirigiram por 446,43 bilhões de quilômetros em março, 8 bilhões de quilômetros a mais que os números vistos em março de 2019, antes da implantação das restrições da pandemia.
Outro fator em jogo é a expectativa de que a União Europeia concorde com um acordo para proibir a importação de petróleo russo, mesmo em face à oposição de países mais dependentes da commodity oriunda da Rússia, como a Hungria.
"Embora o acordo esteja demorando mais tempo que o esperado, acreditamos que os estados-membros acabarão por chegar a um arranjo", afirmaram os analistas do ING, em relatório. "O tamanho do impacto que isto terá no mercado vai depender da forma como o acordo final for diluído em relação à proposta original".
Mesmo que a UE finalmente venha a apresentar uma proposta que todos os países membros possam apoiar, ainda é discutível o quanto do petróleo de Moscou será retirado do mercado global, já que a China parece estar ampliando suas compras de petróleo da Rússia a preços de promoção.
As importações de petróleo russo da China por via marítima irão saltar para 1,1 milhão de barris por dia em maio, quase um recorde, passando de 750.000 barris por dia no primeiro trimestre e de 800.000 barris em 2021, de acordo com uma estimativa da Vortexa Analytics.
O número de plataformas de petróleo dos EUA segundo a contagem da Baker Hughes, bem como os dados de posições da CFTC, têm a divulgação programada para mais tarde no pregão a sessão, fechando a semana.