Investing.com - Os preços do petróleo operavam em alta nesta segunda-feira, 26, com o mercado repercutindo o fim das tensões na Rússia envolvendo uma tentativa de revolta armada no país, o que poderia ameaçar a oferta de petróleo de um dos maiores produtores da commodity do mundo.
Por volta das 11h15 de Brasília, o petróleo norte-americano subia 0,20%, a US$ 69,30 por barril, enquanto o Brent se valorizava 0,35%, a US$ 74,27 por barril, no mercado futuro. Ambas as referências subiram 1,35 durante a janela asiática de negociação.
Aumenta prêmio de risco russo
A revolta do grupo de mercenários Wagner na Rússia terminou com uma trégua mediada pelo presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, mas há incerteza quanto ao que acontecerá a seguir em um dos principais países produtores de petróleo do mundo.
“Embora os riscos imediatos de fornecimento tenham desaparecido, o mercado provavelmente começará a precificar um prêmio de risco maior para o petróleo, devido à crescente instabilidade na Rússia”, afirmaram os analistas do ING, em nota enviada aos clientes nesta segunda. “A magnitude desse prêmio de risco dependerá de como a situação pós-revolta fracassada será tratada”.
Opep prevê futuro favorável
O que ajudava o sentimento do mercado hoje eram as declarações de Haitham al-Ghais, secretário-geral da Opep, durante uma conferência setorial, na qual afirmou que o petróleo é insubstituível no futuro previsível. “Consideramos que a demanda aumentará para 110 milhões por barris por dia até 2045”, o que poderia fazer com que o consumo mundial de energia cresça 23% no período, segundo o secretário.
Além disso, o CEO da Saudi Aramco (TADAWUL:2222), Amin Nasser, afirmou que os fundamentos do mercado estão sólidos para o segundo semestre, com a demanda dos mercados emergentes, liderados pela China e Índia, compensando o risco de recessão nos mercados desenvolvidos.
Recuperação das perdas da semana passada
Apesar disso, será difícil recuperar as perdas de 3% a 4% registradas na semana passada, devido às preocupações com os aumentos nas taxas de juros do Federal Reserve nos EUA e de outros bancos centrais, o que pode prejudicar a atividade econômica e, consequentemente, a demanda por petróleo.
Além disso, os investidores estão preocupados com os dados de inflação na Europa e nos EUA, que podem influenciar o sentimento dos operadores em relação ao aperto monetário.