Por Barani Krishnan
Investing.com - Os preços do petróleo saltaram 5% na quarta-feira, sua maior alta em seis semanas, depois que a União Europeia anunciou que irá interromper completamente a compra de petróleo da Rússia até o final do ano - renovando o foco sobre a oferta num mercado onde parecem não existir barris suficientes para fazer frente à demanda projetada.
O Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, fechou em alta de US$ 5,17, ou 4,9%, a US$ 110,14 por barril.
O petróleo WTI, negociado em Nova York e referência do petróleo nos EUA, fechou em alta de US$ 5,40, ou 5,3%, US$ 107,81.
Os mercados de petróleo começaram a semana pisando em falso, quase rompendo o suporte chave de US$ 100 por barril, com preocupações com os mais recentes desdobramentos da situação da Covid na China e como as suas repercussões econômicas podem impactar a demanda no maior importador mundial da commodity. O petróleo também estava pressionado por receios de que o Federal Reserve estava prestes a embarcar numa série de fortes aumentos dos juros que poderiam lançar a economia dos EUA numa recessão.
Mas a proposta da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de um embargo gradual ao petróleo da Rússia em função da sua guerra na Ucrânia, além da sanção sobre o principal banco de Moscou, colocou os preços do petróleo novamente em terreno positivo na quarta-feira.
A elevação de 50 pontos base, ou meio porcento, anunciada na quarta-feira - a maior em duas décadas - também fez pouco para frear o mercado de petróleo, enquanto o presidente do banco central, Jerome Powell, garantia que a economia estava em boas condições e nem perto de uma recessão.
Os investidores disseram que os ganhos no petróleo bruto deveriam continuar à medida que o mercado vira todas as suas atenções nesta na quinta-feira para a reunião mensal da OPEC+, aliança global do petróleo, que está determinada a manter o barril acima da casa dos US$ 100.
A OPEP+ forçou a alta dos preços da commodity em cada uma das suas reuniões ao longo do ano passado, oferecendo um mero aumento de 400.000 barris por dia na produção mensal para um mercado no qual a demanda está bem acima da oferta após as interrupções causadas pela Covid em 2020. Além disso, a aliança, composta por 23 nações exportadoras de petróleo que incluem a Arábia Saudita e a Rússia, ficou aquém das suas promessas de produção no ano passado, aumentando o rali do petróleo.
Os dados semanais de inventários da Energy Information Administration, mostrando um surpreendente acúmulo de petróleo bruto na semana passada, atingiram o WTI por um breve período, embora o impacto de baixa logo se evaporou com números mostrando que a reserva de emergência de petróleo dos EUA havia caído ao seu menor nível em 21 à medida que o governo Biden continuava a liberar petróleo para um mercado sedento por abastecimentos.
Apesar do renovado fervor do petróleo para a alta, os analistas disseram que os preços precisam romper a resistência de US$ 120 para o Brent e US$ 115 para o WTI a fim de entrar em um novo momento bullish.
"No panorama geral, o Brent ainda se encontra num intervalo ampliado de US$ 100 a US$ 120, e o WTI numa faixa entre US$ 95 e US$ 115", afirmou Jeffrey Halley, chefe de pesquisa Ásia-Pacífico na plataforma de negociação online OANDA. "Somente um fechamento semanal acima ou abaixo desses níveis sinaliza uma nova direção de movimento".