Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em alta nesta quinta-feira, impulsionados pelo otimismo de que a China possa flexibilizar suas rígidas restrições de mobilidade antes da reunião da Opep+ no fim de semana, que decidirá sobre os níveis futuros de produção.
Às 11h40 de Brasília, o petróleo norte-americano avançava 2,66%, a US$ 82,67 por barril, enquanto o Brent se valorizava 2,05%, a US$ 88,77 por barril, no mercado futuro.
Os casos de Covid na China continuam perto dos níveis recordes, mas várias cidades já começaram a sair dos lockdowns, gerando otimismo de que possa haver em breve uma flexibilização da quarentena e uma redução dos testes em massa em todo o país.
Isso ocorre após uma série de protestos violentos no fim de semana contra as rígidas restrições à locomoção, que já estão em vigor de forma intermitente há três anos, prejudicando profundamente a atividade econômica e a demanda petrolífera.
Os ativos de risco, como o petróleo, também receberam um impulso dos comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que sinalizou uma redução do ritmo de elevação de juros na reunião de política monetária de dezembro.
Isso sugere que pode haver uma diminuição da pressão sobre a economia dos EUA, maior país consumidor de petróleo do mundo, em prejuízo do dólar, cuja desvalorização torna o petróleo mais barato para detentores de outras divisas.
Os preços do barril também foram alçados pela divulgação dos dados oficiais de estoques nos EUA, que tiveram uma considerável queda de 12,5 milhões de barris na semana passada, maior declínio semanal desde junho de 2019.
Essa queda maior do que o esperado deve fazer com que o governo americano reduza as retiradas da Reserva Estratégica de Petróleo, restringindo a oferta na maior economia do mundo.
As atenções agora estão voltadas à reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, que irá discutir no fim de semana as cotas de produção para o próximo ano.
O grupo concordou, em outubro, em reduzir suas metas de produção em 2 milhões de barris por dia a partir de novembro, e os preços estão atualmente abaixo dos níveis vistos naquele momento.
“Os rumores no mercado petrolífero continuam crescendo antes da reunião da Opep+ no fim de semana. Ainda não está claro qual será a ação que o grupo tomará. Não se podem descartar outros cortes de oferta, diante da fraqueza do mercado nas últimas semanas”, escreveram em nota analistas do ING.