Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em alta nesta terça-feira, recuperando-se após tocarem as mínimas de nove meses na sessão anterior, diante da possibilidade de queda de oferta devido ao furacão Ian e à reunião da Opep+ na próxima semana.
Às 11h33 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 3,09%, a US$ 79,08 por barril, enquanto o Brent se valorizava 3,21%, a US$ 85,52 por barril, no mercado futuro.
Grandes produtores de petróleo estão acompanhando de perto o avanço de um padrão climático em direção ao Golfo do México, região que responde por cerca de 15% da oferta petrolífera dos EUA. Empresas como BP e Chevron já cortaram a produção em algumas plataformas em alto-mar.
O Ian é classificado como uma tempestade de categoria dois e deve se tornar um grande furacão em dois dias, tocando a terra na Flórida no fim desta semana.
Esse possível transtorno à oferta ocorre antes da reunião da próxima semana da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+.
O cartel de grandes produtores anunciou uma modesta redução da oferta no mês passado, em uma tentativa fracassada de evitar a derrocada dos preços do petróleo e, por isso, deve ser forçado a tomar uma ação mais incisiva.
Pode ser necessária a redução de 1 milhão de barris para “frear o movimento de queda dos preços”, disseram analistas do JPMorgan (NYSE:JPM), em uma nota no início do mês.
Os preços do petróleo já recuaram cerca de 15% somente neste mês, em razão da forte valorização do dólar e de temores de uma pronunciada desaceleração econômica, no momento em que os bancos centrais ao redor do mundo elevam os juros para debelar a inflação em alta.
Dito isso, “a restrição estrutural da oferta, devido à falta de investimento, pouca capacidade ociosa e baixos estoques, só se intensificou, exigindo inevitavelmente preços mais altos”, disseram analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) em uma nota na terça-feira.
O banco de investimento recomendou que os investidores abrissem uma posição de compra no contrato do barril de Brent para 24 de dezembro, argumentando que “a trajetória de curto prazo dos preços deve continuar volátil, com o USD atuando na direção contrária, mas consideramos que nossa visão altista para o petróleo no longo prazo só se fortaleceu por causa das restrições globais de oferta”.
O Instituto Americano do Petróleo divulgará suas últimas estimativas dos estoques petrolíferos nos EUA mais tarde. A expectativa é que haja mais uma leve alta, marcando a quinta semana consecutiva de elevação, se confirmada.