Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo registravam alta na sessão desta quinta-feira, respaldados pela queda dos estoques petrolíferos nos EUA, apesar dos planos do governo Biden de liberar mais barris das reservas estratégicas do país.
Às 11h25 de Brasília, o petróleo norte-americano avançava 2,56%, a US$ 86,65 por barril, enquanto o Brent se valorizava 1,97%, a US$ 94,23 por barril, no mercado futuro.
Os investidores se animaram com dados oficiais divulgados na quarta-feira, mostrando que os estoques de petróleo nos EUA tiveram uma queda inesperada de 1,7 milhão de barris na semana passada, um indicativo de que o consumo no maior mercado do mundo permaneceu estável, apesar do impacto causado pela inflação na renda disponível.
“A queda nos estoques petrolíferos foi motivada, em grande medida, por uma recuperação das exportações, que cresceram 1,27 mbpd durante o período”, disseram analistas do ING em nota.
Esse sinal de demanda resiliente nos EUA impulsionou o mercado e ofuscou as tentativas da Casa Branca de conter a alta dos preços de energia, responsáveis por elevar a inflação.
O presidente dos EUA, Joe Biden, confirmou, na quarta-feira, os planos de liberar 15 milhões de barris da reserva estratégica do país no fim do ano e ameaçou aumentar ainda mais a oferta no futuro, na tentativa de conter a alta dos preços de energia, sobretudo antes das eleições de meio de mandato em 8 de novembro.
“Como esse volume faz parte de uma liberação já prevista, o impacto no mercado será mínimo”, acrescentaram os estrategistas do ING. “A última liberação fará pouco para compensar o impacto dos cortes de oferta da Opep+, pois equivale a menos de 14 dias da restrição de oferta do cartel, enquanto o plano do grupo deve continuar em vigor até o fim de 2023”.
O que contribuía para o tom positivo das negociações foi uma reportagem da Bloomberg dando conta de que as autoridades chinesas estavam considerando reduzir o período de quarentena de visitantes que entram no país, de dez para sete dias.
A China é o maior país importador de petróleo do mundo, mas sua demanda foi duramente impactada neste ano pelas rígidas medidas de contenção da Covid-19, que acabaram pesando muito sobre a atividade econômica e empresarial. Qualquer sinal de que Pequim pretende afrouxar as restrições de mobilidade no combate a surtos ocasionais de Covid será bem recebido.
Dito isso, a demanda global de combustíveis continua incerta, em vista do agressivo aperto monetário, que deve acabar provocando uma desaceleração global, mesmo com a queda inesperada no número de americanos solicitando novos pedidos de seguro-desemprego na semana passada.
A inflação ao produtor na Alemanha atingiu quase 50% no ano, devido principalmente a um aumento de 250% nos preços do gás e da eletricidade, destacando que a crise dos custos de vida deve afetar a atividade econômica na Europa neste inverno local.