Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo subiram nesta sexta-feira, mas continuam na rota de mais perdas semanais após planos para liberações maciças de petróleo bruto a partir das reservas estratégicas de países consumidores, além dos lockdowns na China, o maior importador da commodity.
Às 9:15h, os contratos futuros do petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preços para os EUA, eram negociados com alta de 0,96%, a US$ 96,95 por barril, enquanto o contrato do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, subia 0,78%, para US$ 101,36.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam avanço de 1,28%, a US$ 3,0788 por galão.
As duas referência de preço para o petróleo podem estar em terreno positivo nesta sexta-feira, mas devem avançar para a a segunda semana consecutiva de queda, com previsão de que o Brent registre recuo de 3,3% e o Nymex perca 2,5%.
No início desta semana, o mercado em geral sofreu um impacto negativo com a notícia de que os países membros da Agência Internacional de Energia concordaram em liberar 60 milhões de barris de petróleo bruto a partir de suas reservas de emergência, em uma tentativa de forçar a queda dos preços.
Isto significa que, após um anúncio parecido do governo Biden na semana passada, os EUA e seus aliados anunciaram planos para vender quase 250 milhões de barris das reservas estratégicas de petróleo, um volume significativo.
O sentimento negativo dos mercados foi agravado pelo lockdown prolongado em Xangai, o centro financeiro da China, onde os casos de Covid superaram 21.000 na quinta-feira.
Os oito dias originais de lockdown em Xangai deveriam terminar no início desta semana, mas não há sinais de término em breve, e os níveis de congestionamento no trânsito nos horários de pico estão 40% menores que os de um ano atrás, segundo dados do Baidu (NASDAQ:BIDU).
"A forma como os lockdowns chineses vão se tornar prolongados e disseminados pode se tornar um fator chave no curto prazo, já que o país é um consumidor tão significativo e algumas cidades com pouquíssimos casos já impõem restrições severas", afirmou Craig Erlam, analista da OANDA. "A abordagem de Covid zero de Pequim pode ter um alto impacto sobre a atividade econômica."
Com isto dito isto, os preços da commodity permanecem em torno dos US$ 100 por barril em meio a dúvidas de que o abundante acréscimo de petróleo bruto das reservas pode compensar a falta do petróleo russo, dado que Moscou é o segundo maior exportador mundial.
Na quinta-feira, a União Europeia confirmou o seu último pacote de sanções, proibindo as importações de carvão russo, sendo acompanhada pelo Japão. No entanto, à medida que os relatos das atrocidades cometidas pelas tropas russas na Ucrânia continuam a aumentar, a última das quais sendo um ataque de míssil a uma estação de trem, a pressão sobre os governos europeus, especialmente a Alemanha, para aplicarem o mesmo tratamento ao petróleo russo irá aumentar.
"No tribunal da opinião pública, vem aumentando a pressão sobre Bruxelas para agir, e se essa pressão explodir e a UE impuser sanções ao petróleo russo, podemos ver o Brent a US$ 120 num estalar de dedos", disse Stephen Innes, diretor-geral da SPI Asset Management, em relatório.