Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo subiam na segunda-feira, apesar de preocupações com uma desaceleração mundial, em vista da persistente restrição de oferta, em um dia de atividade reduzida por conta do feriado nos EUA.
Às 8h30 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano subia 0,50%, a US$ 108,97 por barril, enquanto o petróleo Brent avançava 0,68%, a US$ 112,40, no mercado futuro.
O contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA apresentava queda de 0,08%, a US$ 3,6860 por galão.
O petróleo está sendo influenciado recentemente por sinais de desaceleração econômica nos EUA, situação que persistiu até o fim da semana passada, quando dados do Instituto de Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) mostraram que o setor industrial dos EUA desacelerou novamente em junho, com o índice de gerentes de compras caindo para 53,0, nível mais baixo em dois anos.
Além disso, a Alemanha registrou seu primeiro déficit comercial em mais de 30 anos em maio, em razão da disparada das suas importações de petróleo e gás, provocada pela guerra da Rússia na Ucrânia.
A maior economia europeia teve um déficit de 1 bilhão de euros em maio, o que deve se ampliar em junho, em reflexo do corte de 60% no fornecimento de gás da Rússia, forçando os importadores a cobrir suas obrigações comprando no mercado à vista a preços muito mais altos.
No entanto, as perdas foram limitadas, com os preços acumulando uma alta de mais de 40% neste ano, após o impulso gerado pela guerra na Ucrânia, que desencadeou uma onda de sanções aos fluxos da Rússia, restringindo ainda mais um mercado que já sofria as consequências dos bloqueios sanitários da Covid.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), entre os quais está a Rússia, confirmaram, na semana passada, o plano previsto de elevações modestas de produção em agosto.
No entanto, os membros estão enfrentando dificuldades para cumprir essa promessa. A Reuters informou que a produção dos 10 membros da Opep, em junho, sofreu uma queda de 100.000 barris por dia (bpd), para 28,52 milhões de bpd, abaixo do aumento prometido de cerca de 275.000 bpd.
“O fato de o grupo não conseguir realizar esses pequenos aumentos de oferta deixa bastante claro que não chegarão nem perto das elevações mais agressivas de produção em julho e agosto”, afirmaram os analistas da ING em nota, acrescentando: “Por isso, a lacuna entre o que estão produzindo e o que deveriam produzir só tende a se ampliar”.
Além disso, são poucas as chances de que o petróleo do Irã retorne ao mercado global em breve, na medida em que as tratativas indiretas entre os EUA e o país persa, em torno da retomada do acordo nuclear de 2015, terminaram sem progresso na semana passada.
Os últimos dados de posicionamento mostraram que os especuladores reduziram suas posições líquidas compradas no Brent negociado na ICE em 11.689 lotes ao longo da última semana de relatório.
“Em vista dos temores crescentes de recessão, tudo indica que os especuladores estão tirando parte do risco da mesa no momento, apesar do suporte dos fundamentos”, afirmou a ING.