Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo recuavam nesta terça-feira, diante de temores maiores de que as políticas de aperto monetário possam provocar um enfraquecimento das economias globais, reduzindo a demanda por combustível, além de preocupações menores com a oferta.
Às 13h20 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano cedia 6,24%, a US$ 90,96 por barril, enquanto o petróleo Brent se desvalorizava 5,70%, a US$ 97,06 por barril, no mercado futuro.
Já o contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA despencava 6,97% a US$ 2,5267 por galão.
Os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa estão enfrentando dificuldades para conter a disparada da inflação, recorrendo a elevações mais agressivas de juros, que podem prejudicar o crescimento econômico e pesar sobre a demanda de combustíveis.
A inflação na Alemanha aumentou para 7,9% em agosto, em comparação com o mesmo período do ano passado, revertendo dois meses consecutivos de desaceleração, de acordo com dados preliminares na terça-feira, enquanto, em bases harmonizadas na UE, o dado saltou para 8,8%, contra 8m5% em julho. A Espanha, quarta maior economia da zona do euro, declarou que sua taxa anual caiu levemente no mês passado, de 10,8% para 10,4%.
A divulgação do IPC da zona do euro referente a agosto está prevista para quarta-feira e deve registrar uma alta de 9,0% em bases anuais, contra 8,9% no mês anterior.
Isso se seguiu a declarações mais rígidas de diversos banqueiros centrais no Simpósio de Jackson Hole do Fed no fim da semana passada, incluindo Isabel Schnabel, integrante do conselho do Banco Central Europeu.
“Em julho decidimos elevar os juros em 50 pontos-base, pois estávamos preocupados com a perspectiva de inflação”, declarou. “As preocupações que tínhamos em julho foram aliviadas. Não acredito que essa perspectiva tenha mudado fundamentalmente".
Pelo lado da oferta, as preocupações parecem ter diminuído, apesar de distúrbios civis no Iraque e na Líbia, dois importantes membros da Opep.
A SOMO, empresa estatal do Iraque responsável pela comercialização de petróleo, declarou que as exportações do país não foram afetadas pelos confrontos entre grupos xiitas, que se espalharam pelo segundo dia, além de terem sido registrados distúrbios em Trípoli, capital da Líbia.
“Como a Líbia está extraindo cerca de 1,2 milhão de barris por dia, o mercado está de certa forma nervoso com possíveis transtornos na oferta”, disseram analistas do ING em nota. “Em vista da volatilidade da oferta da Líbia nos últimos anos, não seria demais afirmar que há algum nível de prêmio de risco já precificado no mercado”.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, deve se reunir no início da semana que vem, a fim de decidir sobre os níveis futuros de produção.
O ministro de energia da Arábia Saudita aventou a possibilidade, na semana passada, de que o grupo cortasse a produção, dizendo que os mercados futuros não estavam refletindo a restrição do mercado físico.
Dito isso, seria bastante difícil justificar um corte de oferta com os preços em torno de US$ 100 por barril, além de diversos membros estarem relutantes em reduzir suas fontes de receita.
Além disso, o Instituto Americano do Petróleo atualizará os estoques de petróleo e derivados nos EUA na tarde de hoje, como de costume. A expectativa é que haja uma queda de 600.000 barris nos estoques.
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