São Paulo, 1 out (EFE).- A companhia petrolífera OGX, controlada pelo magnata brasileiro Eike Batista, comunicou ao mercado que suspendeu o pagamento de cerca de R$ 45 milhões em juros referentes a títulos emitidos no exterior e que vencem nesta terça-feira.
A notícia foi recebida no mercado de São Paulo como um primeiro passo rumo a uma possível declaração de quebra da companhia, que no total tem emitidos bônus por um valor próximo de US$ 3,6 bilhões, com vencimentos que vão até 2022.
Segundo informou a empresa em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobílias (CVM), a OGX "tem 30 dias para adotar as medidas necessárias sem que seja caracterizado o vencimento antecipado da dívida".
Versões da imprensa não confirmadas afirmam que a empresa tem este período de tempos antes de poder pedir os benefícios da lei de quebra.
De acordo com o comunicado, como a companhia está em processo de "revisão da estrutura de capital", optou por não fazer o pagamento dos juros que vencem nesta terça-feira.
A companhia petrolífera do conglomerado EBX também explicou ao mercado que contratou como assessores o banco de investimentos Lazard e a empresa BlackStone para coordenar as discussões com os credores, entre eles os que possuem as chamadas "notas sênior" emitidas pela filial OGX Áustria.
Nas últimas semanas, Eike Batista anunciou a venda de diferentes ativos para poder fazer frente aos graves problemas de liquidez de suas empresas, que há meses acumulam fortes perdas no mercado financeiro.
Após o anúncio feito pela OGX, as ações ordinárias da companhia petrolífera retrocediam durante o começo da manhã 4,76% .
O mau comportamento da OGX também arrastou ao terreno negativo outras de suas coligadas, como a mineira MMX e a elétrica MPX, cujos papéis ordinários cediam 1,29% e 2,67%, respectivamente. EFE