A arroba do boi gordo encontrou o preço de equilíbrio em R$ 320 em São Paulo e, agora, o mercado não tem grandes expectativas sobre novas altas expressivas este ano, em razão da ausência de "grandes movimentos" do setor. A avaliação foi feita pelo analista de commodities da Broker, Eduardo Ribeiro, e pelo sócio-diretor da Radar Investimentos, Leandro Bovo, em painel no Fórum Pecuária Brasil realizado nesta quinta-feira, 14, pela consultoria Datagro.
Em consenso, eles avaliaram que a arroba próxima ao patamar de R$ 340 só seria possível a partir do anúncio de novos mercados de exportação de carne bovina do País, algo que não está no radar, ou de uma oferta escassa de boiadas. "Esperávamos que a falta de oferta (no período de entressafra que está se iniciando) puxasse os preços para cima, mas não aconteceu. No curto e médio prazo, eu não vejo espaço para cima e nem para baixo", disse Bovo.
Segundo Bovo, o apetite da indústria pelo boi exportação, de 36 meses de idade ou até quatro dentes, permanece e não deve mudar. "A indústria vai continuar pagando R$ 325/arroba e ágio para o boi destinado ao mercado externo. Isso já está consolidado", disse. Ele acrescentou, ainda, que o mercado está "meio chato" e que "vai permanecer assim até o fim deste ano".
Ribeiro, da Broken, avaliou que, quando há pequenas oscilações nos preços, para cima ou para baixo, os movimentos se repetem, com os compradores se movimentando para fazer hedge e ter garantia de oferta, enquanto o pecuarista se desfaz das suas boiadas assim que o preço do boi gordo aponta uma sinalização de alta. "O pecuarista precisa ter a planilha de custos nas mãos para fazer bons negócios. Se fosse para ter alta já teria vindo, mas não veio", pontuou. Para ele, não há fatores novos no radar, já que a China está mantendo sua demanda pela carne bovina brasileira e o dólar segue se valorizando, algo que deve se manter no segundo semestre do ano, na visão dos analistas.