Investing.com - A queda do preço do petróleo não mostrou sinais de desaceleração nesta terça-feira (13), com os futuros da commodity caindo 7%, levando o mercado para um período de baixa não visto desde os anos 1980.
Doze dias consecutivos de perdas reduziram os preços do petróleo em quase 30%, levando a Arábia Saudita e a OPEP a planejar cortes emergenciais na oferta em meio ao aumento da produção de petróleo dos EUA.
Traders e analistas que haviam testemunhado as piores oscilações do mercado em anos ficaram perplexos com o enorme colapso dos preços das últimas seis semanas. "No front do petróleo bruto, é preciso perguntar: o mercado de futuros vê uma recessão global? Ou que sinal sinistro ele vê que desaceleraria o movimento do produto com a demanda em alta?" perguntou Daniel Flynn, analista do Chicago Price's Futures Group.
"Nós não vimos (tantos) dias consecutivos de queda no petróleo desde o colapso de 1984. Isso diz muito, mesmo com a queda após 11 de setembro de 2001", acrescentou Flynn. "Sabemos que esta indústria é um boom ou um estouro e ainda há comerciantes esperando um super ciclo de alta. Mas esta quebra leva dúvidas até os mais experientes dos analistas."
O analista Barani Krishnan publicou na manhã desta terça-feira, na Investing.com, a tese de que um dos fatores para a derrubada da cotação do preço do petróleo foi a influência do presidente dos EUA, Donald Trump, de convencer a OPEP a aumentar sua produção com o temor de elevação do preço com a entrada em vigor de sanções contra as exportações do Irã no início deste mês.
Às 17h32 (19h32 GMT), o preço do petróleo WTI, negociado em Nova York, caiu US$ 4,18 - 7% -, a US$ 55,78 por barril, depois de tocar a mínima de 11 meses de US$ 55,63. O mercado futuro de petróleo bruto dos Estados Unidos perdeu cerca de 28% desde que alcançou a maior alta em quatro anos, de quase US$ 77 no início de outubro.
O petróleo Brent, negociado em Londres, caiu US$ 4,54 - 6,5% -, para US$ 65,58 por barril, após atingir o menor valor em oito meses, a US$ 66,67. O índice mundial de petróleo negociado no Reino Unido perdeu cerca de 24% em relação a um pico de quase US$ 87 em outubro.
Até agora, o mercado deu pouca atenção aos avisos de cortes de produção por vir, concentrando-se, em vez disso, na produção de petróleo dos EUA, com recordes de 11,6 milhões de barris produzidos por dia. A Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, anunciou no último final de semana que reduzirá o fornecimento em 0,5 milhão de barris por dia em dezembro.
A Opep, que se reunirá em 6 de dezembro com a Rússia - maior produtora de petróleo fora da OPEP -, deverá reduzir ainda mais o fornecimento no ano que vem.
A forte redução do preço internacional do petróleo influencia no desempenho das ações da Petrobras negociadas na B3. A PETR3 cai 4,6%, cotada a R$ 26,70, enquanto a PETR4 opera a R$ 24,35, queda de 3,87%.