SÃO PAULO (Reuters) - O preço do litro da gasolina nos postos do Brasil registrou alta de 0,62% na quarta semana de fevereiro, em comparação com a semana anterior, com valor médio de 5,299 reais impulsionado pelo etanol anidro, disse nesta segunda-feira a ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas.
O etanol hidratado, que concorre com a gasolina nas bombas, subiu 0,41% no período para 3,891 reais por litro, também influenciado pelo biocombustível anidro, mostrou o levantamento com base em transações realizadas em mais de 25 mil estabelecimentos credenciados em todos os Estados brasileiros.
"O aumento da gasolina, na semana passada, reflete o preço maior cobrado nas usinas produtoras pelo etanol anidro, que é adicionado à gasolina, além da alta demanda por combustíveis promovida pelas viagens de Carnaval", disse em nota o chefe de inovação e portfólio na ValeCard, Brendon Rodrigues.
Com base em dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), a ValeCard disse que o valor do etanol anidro subiu 1,67% nas usinas produtoras, de 3,0662 reais para 3,1173 reais o litro, em meio ao pico da entressafra de cana.
O último ajuste da Petrobras (BVMF:PETR4) sobre o preço da gasolina nas refinarias foi em 24 de janeiro, quando elevou de 3,08 reais para 3,31 reais por litro, um aumento de 7,47%.
Analistas veem preços da Petrobras tanto para a gasolina quanto para o diesel com prêmio ante mercado externo, o que, em tese, permitiria uma redução das cotações para as distribuidoras, considerando uma política de se perseguir a paridade em relação ao mercado internacional.
Ainda segundo a ValeCard, o preço médio do litro do óleo diesel S-10, o mais usado no Brasil, nos postos de combustíveis caiu 0,86% entre os dias 20 e 26 de fevereiro, em comparação com a semana anterior, para 6,244 reais por litro.
“Na semana passada o varejo repassou o residual da redução de 8,8% do preço do litro de diesel nas refinarias, anunciada pela Petrobras em 7 de fevereiro. Ainda assim, esse combustível no Brasil segue 7% acima do praticado no mercado internacional, de acordo com a Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis)”, comentou Rodrigues.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)