Dólar cai pela 5ª sessão seguida em meio à percepção de alívio sobre impasse Brasil-EUA
Investing.com – Os preços do ouro sobem nesta quinta-feira, sustentados por um renovado movimento de busca por proteção, após a correção registrada nos últimos dias.
Às 11h30 de Brasília, o ouro à vista avançava 0,9%, sendo negociado a US$3.317,19 por onça-troy, enquanto os contratos futuros com vencimento em junho subiam 1,1%, cotados a US$3.329,65 por onça.
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O metal havia recuado de suas máximas históricas no início da semana após o presidente dos EUA, Donald Trump, mencionar a possibilidade de reduzir gradualmente as tarifas elevadas impostas à China. No entanto, a falta de clareza nas declarações, aliada a mensagens menos otimistas de outros membros do governo, limitou a correção e devolveu força à demanda pelo ativo.
Em um ambiente ainda marcado pela cautela em relação ao dólar e aos títulos do Tesouro norte-americano, o ouro e o iene japonês seguem como os principais instrumentos de proteção no mercado internacional.
Ouro permanece próximo de recordes históricos com demanda firme por ativos de segurança
Mesmo com a recente volatilidade, os preços do ouro permanecem próximos do recorde de US$3.500 por onça atingido nesta semana, refletindo o viés ainda altista dos investidores em relação ao metal precioso.
Esse movimento é reforçado pela forte queda do dólar nas últimas semanas, em meio à crescente incerteza sobre a economia dos Estados Unidos e à escalada nas tensões comerciais com a China.
Trump afirmou nos últimos dias que pode eventualmente reduzir as tarifas de 145% sobre importações chinesas. No entanto, condicionou essa flexibilização a uma disposição de Pequim em retomar negociações — algo que o governo chinês, até agora, não demonstrou interesse em fazer.
Como resposta, a China elevou suas tarifas para 125% sobre produtos norte-americanos e tem mantido uma postura inflexível.
Declarações de outros integrantes da administração Trump também contribuíram para minar as esperanças de uma trégua comercial. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, alertou que as negociações com a China podem ser longas e que os EUA provavelmente precisarão reduzir tarifas antes de qualquer avanço nas conversas com Pequim.
“Os preços do ouro acumulam alta de mais de 25% no ano, sustentados pela volatilidade dos mercados e pelas mudanças constantes na política econômica dos EUA. O rali também é alimentado pelo aumento nos fluxos para fundos de ouro e compras por bancos centrais”, escreveram analistas do ING em nota a clientes.
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Cresce tensão geopolítica entre Rússia e Ucrânia e reforça demanda por proteção
A busca por ativos defensivos também foi reforçada pela deterioração nas negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, intermediadas pelos Estados Unidos. Na quarta-feira, Moscou lançou um ataque com drones e mísseis contra Kyiv, intensificando a tensão regional.
O ataque ocorreu após Trump criticar publicamente o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy por sua postura em relação à anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, chegou a sugerir a saída do país das negociações de cessar-fogo, enquanto diversos representantes de alto escalão abandonaram as conversas em Londres nesta semana.
Outros metais preciosos operam mistos
Entre os metais preciosos, o comportamento nesta quinta-feira é misto, embora o desempenho recente ainda reflita o enfraquecimento do dólar. Os contratos futuros de platina avançavam 0,1%, para US$979,75 por onça, enquanto os de prata caíam 0,6%, cotados a US$33,365 por onça.
Nos metais industriais, o cobre apresentava leve alta. Os contratos de referência na Bolsa de Metais de Londres subiam 0,2%, a US$9.396,45 por tonelada. Já os futuros do cobre nos EUA operavam estáveis, em US$4,8428 por libra-peso.
(Ambar Warrick contribuiu para este artigo.)