Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A produção de ração animal e sal mineral no Brasil em 2024 foi estimada nesta quarta-feira em 90 milhões de toneladas, aumento de 2,7% ante 2023, em meio a custos mais baixos das matérias-primas e demanda maior do setor de carnes, de acordo com projeção do Sindirações, sindicato que reúne a indústria.
Considerando apenas rações, o volume estimado de produção é de 86,4 milhões de toneladas, aumento anual de 2,6%.
"Foi um ano satisfatório", disse o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani, a jornalistas.
Ele lembrou que os resultados foram alcançados apesar de um início do ano "razoavelmente turbulento pelos efeitos climáticos". Em 2023/24, o Brasil registrou quebras de safras de soja e milho, os principais insumos para as rações.
Mas os preços dessas commodities acabaram sendo pressionados, impactados por uma baixa no mercado internacional, o que favoreceu o aumento da produção de rações no Brasil.
O farelo de soja e o milho respondem por cerca de 80% da composição da ração animal.
"A queda no custo estimulou alojamentos (de animais) no terceiro trimestre... e aponta para uma continuidade no último trimestre...", disse ele, citando o impulso do período de festas.
Além da redução de custos, houve uma maior demanda da avicultura, especialmente das galinhas poedeiras, cujo consumo de ração está estimado em 2024 em 7,35 milhões de toneladas, alta de 6,5%.
A avicultura de corte do Brasil deve fechar o ano com demanda 1,8% maior, consumindo uma produção de 37,1 milhões de toneladas.
Zani citou ainda que a suinocultura também teve um ano favorável. A produção de ração para esse setor deve fechar 2024 com alta de 1%, para 21 milhões de toneladas.
Já a produção de sal mineral neste ano foi estimada em 3,61 milhões de toneladas, alta de 7% na mesma comparação.
PRÓXIMO ANO
Para 2025, Zani disse que o Brasil deverá seguir avançando na produção de ração, e estimou um crescimento de cerca de 2% na comparação com 2024, para aproximadamente 88 milhões de toneladas.
Somando o sal mineral, o setor deverá produzir algo em torno de 92 milhões de toneladas, disse Zani.
Segundo o CEO do Sindirações, as projeções da entidade são baseadas nas indicações da indústria de carnes.
Mas ele ponderou que o setor deverá ficar atento a impactos de uma eventual guerra tarifária entre Estados Unidos e China, que poderá impactar preços de commodities.