Produtores de grãos de MT buscam acelerar uso de tecnologias; 86% têm acesso à internet, diz Imea

Publicado 29.06.2021, 18:13
Atualizado 29.06.2021, 18:15
© Reuters. CEO de empresa de tecnologia no agronegócio apresenta produto durante feira do setor em Ribeirão Preto (SP) 
01/05/2019
REUTERS/Marcelo Teixeira

SÃO PAULO (Reuters) - Produtores agrícolas de Mato Grosso têm acelerado o ritmo de adoção de inovações tecnológias em meio à pandemia de Covid-19 e, atualmente, 86% já possuem acesso à internet em suas propriedades, indicou pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Agora, segundo a entidade, um dos principais desafios é fazer com que a conectividade consiga atingir todas as áreas das propriedades, pois 89% dos agricultores que disseram possuir acesso à internet afirmaram tê-lo somente na sede de suas fazendas, enquanto apenas 3% contam com a ferramenta em toda a área da propriedade.

Entre os benefícios advindos do acesso mais amplo à internet, 22% dos produtores que participaram da pesquisa responderam notar uma maior retenção de funcionários, que têm demandado a conectividade para seguir em seus postos, enquanto 18% mencionaram a gestão de estoques das fazendas.

Também foram citados o monitoramento das operações agrícolas (17%), as compras online (16%), o monitoramento do clima (14%) e a segurança da fazenda (13%), entre outros fatores.

A pesquisa, que foi realizada majoritariamente com produtores de soja e milho "safrinha" em agosto do ano passado, tem índice de confiança de 95% e erro amostral de 5% em relação ao número total de produtores dos grãos no Estado. Foram ouvidos 470 agricultores.

"A gente observa que tem uma chance única neste momento mundial, que é realmente elevar a gestão rural a praticamente uma gestão idêntica a de uma indústria", disse em apresentação o superintendente do Imea, Daniel Latorraca, citando fatores como conectividade e sensores.

"Esse movimento de adoção de novas tecnologias é um movimento muito estrutural... O produtor já estava interessado, já estava comprando e utilizando, e (na pandemia) o que aconteceu foi uma aceleração das tecnologias que eles já gostariam de comprar; eles aceleraram o que já estava pensado para ser mudado", acrescentou.

Ele destacou que, de acordo com a pesquisa, 92% dos agricultores de Mato Grosso fazem uso de smartphones, enquanto 78% utilizam computadores. O percentual cai para 20%, porém, em termos de produtores que possuem estações meteorológicas.

Diante da disseminação dos smartphones, Latorraca chamou atenção para o aumento no uso do WhatsApp como canal de comunicação entre os produtores, especialmente depois que a pandemia levou ao cancelamento de diversas feiras agropecuárias presenciais e a uma aposta maior no segmento digital.

"Basicamente, os produtores já usavam muito WhatsApp e usam ainda mais depois do Covid-19. Obviamente para ver novas tecnologias, conversar com outros produtores --as feiras, que eram um dos grandes canais que eles utilizavam, praticamente zeraram no ano passado", disse o superintendente.

Mesmo assim, o uso de algum tipo de aplicativo ou software pelos produtores ainda atinge média de 61% em Mato Grosso, percentual inferior tanto ao de agricultores com acesso à internet em suas propriedades, quanto ao de produtores que possuem smartphones, indicando um espaço para crescimento.

As médias no Estado, principal produtor de grãos do Brasil, também são menores no que diz respeito aos negócios realizados de forma online, embora Latorraca tenha apontado para uma mudança gradual no comportamento do produtor em direção ao ambiente virtual.

Atualmente, 35% dos agricultores mato-grossenses afirmaram fazer compras de insumos via plataformas digitais, enquanto apenas 23% realizam vendas online de produtos.

"São percentuais menores do que as presenças de apps e softwares, mas a gente acredita que cada vez mais vai acelerar esse processo, e as empresas e outras entidades estão de olho nesses movimentos", disse Latorraca.

(Por Gabriel Araujo)

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