Queda no petróleo faz alguns delegados na Opep questionarem se cortes são suficientes

Publicado 09.06.2017, 13:28
Atualizado 09.06.2017, 13:30
© Reuters.  Queda no petróleo faz alguns delegados na Opep questionarem se cortes são suficientes
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LONDRES (Reuters) - Duas semanas após um acordo liderado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para prolongar cortes na produção até março de 2018, alguns delegados do grupo estão questionando se o acordo será suficiente para reduzir uma sobreoferta no mercado e levantar os preços.

Os preços caíram mais de 10 por cento, para abaixo de 50 dólares o barril, desde que o grupo e países parceiros fecharam acordo em 25 de maio para ampliar o corte de 1,8 milhão de barris por dia até o final de março. Inicialmente, o acordo iria até o final do primeiro semestre de 2017.

Mesmo uma disputa política entre países do Golfo, de onde sai a maior parte do petróleo da Opep, falhou em elevar os preços.

Ao invés disso, os olhos estão fixos em Nigéria e Líbia, dois países da Opep excluídos dos cortes que agora estão elevando a produção.

Isso está elevando preocupações entre alguns na Opep sobre a efetividade do acordo para redução da produção, cujo impacto já está sendo compensado por uma maior produção de petróleo de xisto nos EUA.

Um delegado da Opep disse à Reuters que um acordo "sem congelamento para Líbia e Nigéria é inútil".

Um segundo delegado disse nesta sexta-feira que não está claro se o atual nível dos cortes é suficiente.

"É difícil dizer. Esperamos que sim", disse. "Nós precisamos aguardar mais um mês para ver como isso se desenvolve. Há muitos fatores envolvidos."

Um terceiro delegado disse que os fundamentos do mercado de petróleo estão melhorando, indicando que a queda nos preços não foi guiada por oferta e demanda, mas por especuladores.

Dois outros delegados disseram que a queda nas cotações é temporária e que o acordo atual é o suficiente.

"Não é motivo para alarme, isso é normal", disse um deles sobre os preços. Ele espera que o mercado se reequilibre no segundo semestre.

(Por Alex Lawler; com reportagem adicional de Rania El Gamal)

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