SÃO PAULO (Reuters) - A área plantada com soja no Brasil, maior produtor e exportador global da oleaginosa, deve aumentar 24,4% no próximo decênio, para 51,5 milhões de hectares, especialmente em Estados do centro e Nordeste do Brasil, de acordo com um estudo divulgado pelo Ministério da Agricultura nesta sexta-feira.
Em termos absolutos, o crescimento seria de cerca de 10 milhões de hectares na comparação com os 41,4 milhões de hectares da temporada 2021/22, ano base do trabalho Projeções do Agronegócio, feito por especialistas do ministério, Embrapa e Universidade de Brasília (UnB).
"É a lavoura que mais deve expandir a área, seguida pelo milho, com 3 milhões de hectares, e pela cana-de-açúcar, 962 mil hectares", afirmou o estudo.
Com esse crescimento de área, a produção de soja em 2031/32 está projetada em 179,3 milhões de toneladas, um acréscimo de 42,8% em relação à produção de 2021/22, cuja base comparativa é afetada por uma seca que reduziu drasticamente a produção no Sul do Brasil.
"Estima-se que a expansão de área deve ocorrer em terras de grande potencial produtivo, como as áreas de cerrados situadas no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia)", notou o trabalho.
A área plantada de grãos nessa região deve expandir-se 16,4%, para 10,3 milhões de hectares.
O trabalho aponta desafios para avanços com a produtividade, notando que o rendimento agrícola por hectare da soja cresceu 33% nos últimos 10 anos, enquanto a área avançou 49,5%.
"A produtividade da soja é considerada como grande desafio nos próximos anos...", diz o relatório.
Já as exportações sairiam de 77,2 milhões de toneladas em 21/22 (ano de menor oferta pela quebra de safra) para cerca de 115 milhões de toneladas de soja em dez anos.
Milho
A área plantada de milho deve ter um acréscimo anual de 1,2% entre 2021/22 e 2031/32, passando de 21,5 milhões de hectares para 24,6 milhões.
O milho de segunda safra, que responde pela maior parte do cereal produzido no Brasil, deve ter forte expansão de área, passando de 16,4 milhões para 21,7 milhões de hectares.
"Não haverá necessidade de novas áreas para expansão dessa atividade, pois as áreas de soja liberam a maior parte das áreas requeridas pelo milho", disse o estudo.
Dessa forma, a produção do cereal deverá passar de 113,3 milihões de toneladas em 21/22 para quase 150 milhões de toneladas em 2031/32.
As exportações devem passar de 37 milhões de toneladas em 2021/22 para 46,3 milhões de toneladas em 2031/32.
O Brasil é o segundo exportador global de milho, sendo também um dos maiores produtores.
Já a produção total de grãos e oleaginosas do Brasil deverá aumentar 36,8% nos próximos dez anos, chegando a um total de 370,5 milhões de toneladas na safra 2031/2032, contando também com maiores volumes de algodão.
Veja o estudo completo com outra cultura no link:
(Por Roberto Samora)