Agência Brasil - O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque se reúne hoje (27), no final da tarde, com o Conselho de Defesa Nacional para tratar do fornecimento de energia elétrica para Roraima. Na pauta está o licenciamento da linha de transmissão em 500 kV Manaus-Boa Vista.
Roraima é o único estado do país que não é ligado no Sistema Interligado Nacional (SIN) e é abastecido pela energia elétrica gerada na Venezuela desde 2001. A construção do linhão vai interligar o estado ao SIN, fazendo com que Roraima deixe de depender da energia fornecida pela Venezuela e de usinas termelétricas para atender o suprimento energético.
O Conselho é um órgão consultivo em assuntos de segurança nacional, política externa e estratégia de defesa. A reunião deve ser coordenada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Linha de transmissão
Licitado em 2011, o projeto do linhão ainda está em processo de licenciamento ambiental, por causa de um impasse envolvendo os índios waimiri-atroari que habitam na região. Dos 721 quilômetros da malha, cerca de 123 quilômetros passam dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari.
A obra é de responsabilidade da concessionária Transnorte Energia, formada pela estatal Eletronorte e a empresa Alupar (SA:ALUP11), que ganhou a concessão do linhão. O traçado é previsto para correr paralelamente à BR-174, que corta a terra indígena. Do total de 1.440 torres de transmissão previstas para toda a linha, 250 a 300 torres passariam pela terra indígena. Uma possibilidade para resolver o impasse seria reduzir a distância entre as torres de transmissão e a rodovia, o que reduziria o impacto ambiental ligado ao desmatamento da área.
Em março do ano passado, o governo retomou as tratativas com os índios, mas os waimiri-atroari interromperam as negociações em argumentando que o governo não havia realizado consulta prévia à comunidade. Em dezembro do ano passado, o MME disse que a expectativa era que o licenciamento saísse em março de 2019.