Investing.com - Apesar das tensões, os preços do petróleo operavam em queda pela manhã, com o barril de Brent, que serve de referência para a Petrobras (BVMF:PETR4), ao redor de US$ 77,30. Mas alguns analistas acreditam que os mercados petrolíferos estão subestimando os riscos geopolíticos.
É o que pensa Bob McNally, fundador da Rapidan Energy, que falou na quarta-feira, 4, na Bloomberg TV, projetando que o preço do petróleo poderia subir 15%.
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Ele disse que não vê sinais de redução das tensões no Oriente Médio, ressaltando que o atual conflito entre Israel e o Hamas poderia provocar maiores transtornos no setor petrolífero, e calculando o risco de um choque petrolífero por um evento geopolítico em pelo menos 30%.
De fato, as ações israelenses na Faixa de Gaza já geraram ataques do grupo rebelde houthi no mar Vermelho contra navios comerciais no mês passado, o que elevou temporariamente os preços do petróleo.
Além disso, esses ataques motivaram o envio de uma força de segurança liderada pelos Estados Unidos para a região, ao que o Irã reagiu estabelecendo sua própria presença no mar Vermelho.
Outro ponto de atenção é que as tensões se intensificaram ainda mais na semana passada, quando os americanos acusaram o país persa de ter atacado um petroleiro no oceano Índico com um drone.
“Não há desescalada. Acho que o mercado está sendo muito complacente”, disse McNally, estimando que o risco geopolítico deveria acrescentar 12 dólares ao preço do petróleo.
Isso levaria o preço do barril de WTI para mais de 85 dólares, e o do Brent para mais de 90 dólares, o que representa um aumento de 15%.
McNally também acrescentou que, se o Irã se envolver mais e atacar rotas de navegação na região, isso seria uma ameaça maior do que os problemas no mar Vermelho até agora, especialmente se o Irã mirar navios que passam pelo estreito de Ormuz, a única via de água que liga o golfo Pérsico ao resto do mundo.