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Por Marcelo Teixeira e Maytaal Angel
NOVA YORK (Reuters) - A produção de café deste ano no Brasil, o maior exportador do grão, não será tão ruim quanto se pensava inicialmente, segundo especialistas, pois as chuvas abundantes que se seguiram à pior seca já registrada no ano passado melhoraram consideravelmente as condições das árvores.
Uma produção melhor do que a esperada no Brasil melhoraria os suprimentos do mercado de café em um período de extrema escassez que levou os preços do produto a máximas históricas nesta semana.
A safra brasileira de 2025 provavelmente ainda será menor do que a de 2024, segundo eles, e também longe do recorde de quase 70 milhões de sacas em 2020, mas não tão ruim quanto alguns analistas previram quando os cafezais atingidos pela seca não tiveram vitalidade no final do ano passado para produzir boas cargas de frutos.
"O comentário geral que estamos ouvindo é que há mais café do que se pensava inicialmente", disse o diretor de um grande exportador no Brasil. "As chuvas demoraram a chegar, mas desde que começaram não pararam mais. Será uma safra de café de boa qualidade", disse ele.
"Não é difícil imaginar que a situação das árvores tenha melhorado", disse um comerciante europeu. "Se haverá mais café é a grande questão... É provável que os grãos sejam de bom tamanho, portanto, o rendimento da conversão, que é a quantidade de cerejas necessárias para fazer uma saca, melhorará", disse ele.
As estimativas divulgadas até o momento por traders e analistas indicam uma safra um pouco menor do que a registrada no ano passado. Mas as revisões estão a caminho.
"Nossa equipe está em campo neste momento. Devemos ter nosso relatório atualizado nos próximos 30 dias", disse Tomas Araujo, da corretora StoneX.
Jonas Ferraresso, agrônomo que assessora cafeicultores no Brasil, visitou algumas fazendas de café na semana passada e disse que os campos estão mostrando muito mais vitalidade. Ele disse que novas avaliações de campo podem mostrar uma safra 5% a 10% maior do que a esperada inicialmente.
"Mas ainda será uma safra de média a ruim este ano", disse ele.
(Reportagem de Marcelo Teixeira em Nova York e Maytaal Angel em Londres)