Por Vladimir Soldatkin e Guy Faulconbridge
MOSCOU (Reuters) - A Rússia terá uma boa colheita de grãos neste ano, de cerca de 123 milhões de toneladas, incluindo 78 milhões de toneladas de trigo, disse o ministro da Agricultura do país nesta quarta-feira, indicando que a produção será em torno de um quinto menor do que o recorde alcançado no ano passado.
A Rússia teve uma safra recorde de grãos de 153,8 milhões de toneladas em 2022, incluindo mais de 100 milhões de toneladas de trigo, devido a maiores rendimentos e aumento da área semeada.
O ministro da Agricultura, Dmitry Patrushev, disse em uma reunião liderada pelo presidente Vladimir Putin que a safra recorde do ano passado se combinou com questões globais para levar a preços mais baixos no mercado doméstico para os agricultores.
Os números deste ano incluem os territórios da Ucrânia que Putin reivindicou como Rússia, disse Patrushev.
“Contamos com uma safra decente e, muito importante, equilibrada: esperamos que em 2023 o volume de grãos, levando em conta as novas regiões, seja de cerca de 123 milhões de toneladas, das quais cerca de 78 milhões de toneladas de trigo”, afirmou ele.
"Isso nos permitirá garantir totalmente a segurança alimentar nacional e continuar a fornecer produtos aos nossos parceiros estrangeiros no volume declarado necessário."
No início deste ano, o Ministério da Agricultura da Rússia definiu seu plano de colheita de grãos para 2023 em cerca de 120 milhões de toneladas.
A China é o maior produtor mundial de trigo, mas a Rússia costuma ser o principal exportador global do cereal.
A Rússia e a Ucrânia são dois dos principais produtores agrícolas do mundo e importantes players nos mercados de trigo, cevada, milho, colza, óleo de colza, semente de girassol e óleo de girassol. A Rússia também é dominante no mercado de fertilizantes.
O conflito na Ucrânia mudou significativamente o fluxo das exportações ucranianas. Tanto a Ucrânia quanto a Rússia dizem que o acordo de grãos do Mar Negro, que permitiu as exportações ucranianas via Mar Negro, corre o risco de entrar em colapso.