Por Catarina Demony e Sergio Goncalves
LISBOA (Reuters) - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou a jornalistas nesta quarta-feira acreditar "piamente" que o Ibama dará o sinal verde para o avanço da busca por petróleo na Margem Equatorial brasileira, permitindo que o país "conheça suas potencialidades".
A Margem Equatorial é uma extensa área que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, com enorme potencial para descobertas de petróleo, mas também imensos desafios socioambientais.
A Petrobras (BVMF:PETR4) aguarda do Ibama uma resposta por um pedido de reconsideração, após o órgão ter negado em maio de 2023 uma licença para a petroleira estatal realizar um poço exploratório na Bacia da Foz do Rio Amazonas, tida como a de maior potencial na Margem Equatorial.
O Ibama, porém, não deu ainda um prazo para retorno.
"Eu acredito piamente que vai ser dado (pelo Ibama), de forma técnica e ambientalmente correta, o direito do Brasil conhecer suas potencialidades", disse Silveira, ao participar de do Fórum Jurídico de Lisboa.
"Estamos discutindo, é importante ressaltar isso, ainda a fase de pesquisa sobre a Margem Equatorial", adicionou o ministro, indicando que ainda é preciso comprovar a existência do petróleo.
No ano passado, a Petrobras obteve aval para a realização de dois poços na Bacia de Potiguar, no litoral do Rio Grande do Norte, configurando a primeira licença no litoral da Margem Equatorial desde 2013.
A permissão foi tida como uma grande vitória pela indústria, mas ocorreu em área mais próxima onde já existe produção.
Silveira voltou ainda a defender que o Brasil busque conhecer suas potencialidades além do petróleo e do gás natural, como minerais críticos, importantes matérias-primas para baterias demandadas pelo avanço do segmento de energias renováveis.
Silveira reiterou ainda a importância do país gerar emprego e renda e combater desigualdades.
(Por Catarina Demony e o Sergio Goncalves em Lisboa)