Investing.com – Os contratos futuros de petróleo apresentaram cenário misto hoje, uma vez que o aumento das reservas norte-americanas e os conflitos contínuos no Iêmen resultaram no aumento do spread entre os níveis de referência nacionais e internacionais de petróleo.
Na New York Mercantile Exchange, o petróleo WTI com vencimento em junho apresentou leve queda e ampliou as perdas de terça-feira ao cair mais de 2%. O WTI atingiu uma alta da sessão de US$ 57,11 nas negociações da manhã, antes de cair para US$ 56,19, uma queda de 0,74% após os traders de energia terem digerido a divulgação do relatório semanal sobre as reservas da Administração de Informação de Energia (EIA).
No hub de petróleo em Cushing, Oklahoma, a EIA disse que suas reservas aumentaram em 789.000 barris na semana passada, para uma capacidade de aproximadamente 80%, de acordo com Genscape, Inc. A capacidade de oferta cada vez menor exacerbou as preocupações com uma desaceleração na produção.
Além disso, o EIA disse que a produção bruta diminuiu em 18.000 na semana passada, marcando a segunda semana consecutiva de uma produção pior do que esperado. Isto vem depois de uma perspectiva sombria sobre a produção de curto prazo no início deste mês, quando a EIA disse que espera que a produção norte-americana de xisto diminua em maio pela primeira vez em quatro anos.
A EIA prevê que a produção na formação de Bakken em Dakota do Norte cairá em 23.000 barris para 1,3 milhão de barris por dia, ao passo que a produção de Eagle Ford no sul do Texas cairá de 33.000 para 1.690 milhão de barris/dia, saindo da produção total de 5,02 milhões de barris em abril, para 4,98 milhões de barris/dia em maio.
Os futuros de petróleo WTI ainda apresentam alta de mais de 12%, desde a queda para quase US$ 50 por barril no início deste mês.
Uma vez que a Arábia Saudita se comprometeu a manter os níveis de produção de petróleo bruto constantes, a referência internacional de petróleo também ganhou mais de 10% no mês. Ainda hoje, o Brent com vencimento em junho na Intercontinental Exchange (ICE) registrou variação de 0,69 ou 1,11%, para US$ 62,77 por barril.
O spread entre WTI e Brent aumentou para US$ 6,58, acima de US$ 5,50 no dia anterior.
No Iêmen, a Arábia Saudita retomou os ataques aéreos sobre os rebeldes Houthi na cidade de Aden em meio a um aumento dos apelos da Casa Branca para uma solução diplomática para o conflito que já dura um mês. O Iêmen está estrategicamente localizado em um dos maiores gargalos de petróleo do mundo.
“Não haverá uma solução militar para este problema, somente uma que seja resolvida na mesa diplomática”, disse o porta-voz da Casa Branca, Eric Schultz, aos jornalistas nesta quarta-feira.
Em Houston, o conflito no Oriente Médio e o grande excesso de oferta de petróleo dos EUA foram alguns dos temas mais debatidos na conferência IHS Energy CERAWeek, um encontro internacional anual de líderes proeminentes da indústria de energia.
Os contratos futuros de petróleo caíram cerca de 50% desde a alta de mais de US$ 100 por barril no verão passado.
“Há um ditado que diz que US$ 75 é o novo US$ 90”, disse o CEO da Kinder Morgan (NYSE:KMI), Richard Kinder, à CNBC. “Não acho que o futuro sustentável em longo prazo possa permanecer em US$ 50 ou US$ 55. Creio que ficará (em um ano) acima do que é hoje”.