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StoneX vê recorde para soja do Brasil apesar de menor avanço na área em 5 safras

Publicado 01.08.2023, 13:03
Atualizado 01.08.2023, 14:15
© Reuters. Imagen de archivo de un camión siendo cargado de soja en una explotación agrícola en Porto Nacional, estado deTocantins, Brasil. 24 marzo 2018. REUTERS/Roberto Samora
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Por Roberto Samora e Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de soja do Brasil na nova temporada (2023/24) foi estimada nesta terça-feira em recorde de 163,5 milhões de toneladas, aumento de 3,7% em relação ao ciclo anterior, avaliou a consultoria StoneX, notando que isso aconteceria com ganhos de produtividade em meio ao menor avanço anual na área plantada em cinco safras.

Em sua primeira estimativa para a safra 2023/24 no maior produtor e exportador mundial de soja, a StoneX projetou avanço de 2,1% na área plantada, para 45,1 milhões de hectares, o menor crescimento anual desde os 2,06% registrados em 2018/19.

Na temporada passada, a área plantada do Brasil avançou 6,45% ante o ciclo anterior.

A variação é "bem mais moderada que o histórico recente, uma vez que a queda de preços em 2023 apertou a margem do produtor", disse a especialista de inteligência de mercado da StoneX Ana Luiza Lodi.

A nova safra começa a ser plantada em meados de setembro, dependendo da chegada das primeiras chuvas.

Em relatório divulgado nesta terça-feira, a consultoria destacou que muitos fatores relacionados à produtividade podem mudar, mas considera uma recuperação na safra do Rio Grande do Sul, que foi afetado pela seca gerada pelo La Niña no ciclo passado.

Nesta temporada, a ocorrência do El Niño pode ser benéfica, com chuvas favoráveis no Sul, mas traz alguma preocupação para o Norte/Nordeste, disse a StoneX.

Uma produção recorde aumentaria a disponibilidade da oleaginosa, "com espaço para incremento da demanda".

As exportações saltariam para 104 milhões de toneladas, versus 98 milhões previstos para 2022/23, enquanto o consumo interno 2023/24 subiria 2,5 milhões de toneladas para 57,5 milhões de toneladas.

MILHO

Embora a redução dos preços não estimule o plantio de milho em 2023/24, a StoneX estima um avanço marginal na primeira safra, de 0,1% no comparativo anual, para 28,63 milhões de toneladas, apesar de uma redução 1,8% na área plantada. Isso deverá ser possível com uma recuperação de produtividades no Sul.

"Na temporada 2022/23 as lavouras gaúchas foram intensamente afetadas pelo La Niña mas, na próxima safra, 2023/24, é esperado que a ocorrência do El Niño beneficie não só as lavouras do Estado, mas da Região Sul como um todo", comentou o analista de inteligência de mercado do grupo João Pedro Lopes.

Para o balanço 2022/23, a StoneX elevou a previsão de exportação brasileira, em 1 milhão de toneladas, para 51 milhões de toneladas.

Na safra 2023/24, espera-se um aumento da demanda doméstica e das exportações, que atingiriam 84 milhões e 56 milhões de toneladas, respectivamente. O Brasil é atualmente o maior exportador global do cereal.

© Reuters. Caminhão é carregado com soja em uma fazenda em Porto Nacional, em Tocantins, Brasil
24/03/2018
REUTERS/Roberto Samora

Considerando a primeira estimativa para a primeira safra 2023/24 e repetindo-se os números das segunda e terceira safras 2022/23, a produção brasileira na nova temporada ficaria em 139,3 milhões de toneladas, praticamente estável.

Na segunda safra 22/23, que está sendo colhida, a StoneX elevou a projeção para um recorde de 108,3 milhões de toneladas de milho, versus 105,2 milhões na estimativa do mês anterior.

(Por Roberto Samora e Ana Mano)

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