Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK (Reuters) - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou nesta quinta-feira uma ampla revisão nos números da produção de algodão do Brasil que remonta a 2000, levando a grandes mudanças em seus números de estoques finais tanto para o Brasil quanto para o mercado mundial.
O USDA também informou que a produção de algodão do Brasil em 2023/24 excederá a dos EUA pela primeira vez e que o país sul-americano está próximo de superar as exportações de algodão dos EUA pela primeira vez desde o século XIX.
Com relação à revisão, o USDA transferiu os números de produção do Brasil de um ano-safra para o outro em seus calendários de safra, para se alinhar melhor com o cronograma de colheita e exportação do país.
"As estimativas de produção do Brasil agora refletem a colheita do ano-calendário para o primeiro ano listado da divisão (neste caso, 2022 para 2022/23) em vez do método anterior de usar a colheita do próximo ano-calendário (neste caso, 2023 para 2022/23)", disse.
"A estimativa de 2022/23 do mês passado, de 14,4 milhões (de fardos), agora é a base para a estimativa de produção de 2023/24. Portanto, a estimativa de produção de cada ano foi transferida para o próximo ano comercial"
A nova estimativa de produção do Brasil para 2023/24 foi ajustada para 14,6 milhões de fardos, refletindo uma atualização da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A revisão tem implicações para os números gerais dos estoques finais do USDA.
"A antiga metodologia de produção inflava os estoques finais ao colocar efetivamente a safra do próximo ano civil no número de estoques finais", disse o departamento.
"Isso superestimou os estoques iniciais de 2023/24 do Brasil em mais de 10 milhões de fardos; portanto, os estoques iniciais de 2023/24 (em 1º de agosto de 2023) estão agora estimados em 5,8 milhões de fardos, em comparação com a estimativa do mês passado de 16,4 milhões".
No relatório, o USDA aumentou ligeiramente a projeção da produção global de algodão para 112,6 milhões de fardos, enquanto manteve o consumo praticamente inalterado em 115,8 milhões de fardos.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)