SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de etanol pelas unidades produtoras do centro-sul do Brasil totalizaram 1,09 bilhão de litros na primeira quinzena de fevereiro, aumento de 1,20% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022, com impulso da comercialização do biocombustível anidro, informou a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), apontando ainda uma moagem residual na temporada 2022/23, que está perto do final.
No mercado interno, a venda de etanol anidro (utilizado na mistura de 27% na gasolina) aumentou 10,59% na primeira metade de fevereiro, para 497,02 milhões de litros.
Já o volume de vendas de etanol hidratado (usado diretamente nos carros) totalizou 561,56 milhões de litros, uma queda de 1,06% em relação ao mesmo período da safra anterior.
"O volume vendido na primeira quinzena do mês também perdeu fôlego quando comparado à segunda quinzena de janeiro", notou a Unica.
Todavia, no ano safra as vendas se mantêm em terreno positivo quando comparado ao ciclo agrícola passado, com 13,78 bilhões de litros de hidratado, um acréscimo de 0,60% em relação à safra 2021/2022.
Considerando apenas o anidro, no acumulado da safra 2022/2023 as usinas venderam 9,75 bilhões de litros, alta de 8,59% em relação ao ciclo 2021/2022, o que demonstra a força do mercado de gasolina em meio a mudanças na tributação que tiraram a competitividade do combustível renovável hidratado.
A moagem de cana do centro-sul do Brasil somou apenas 73 mil toneladas na primeira quinzena de fevereiro, uma vez que o setor está na entressafra. Já a produção de açúcar atingiu somente 2 mil toneladas.
Ao término da quinzena, permaneciam em operação 12 unidades no centro-sul, sendo uma unidade com processamento de cana-de-açúcar e 11 empresas que fabricam etanol a partir do milho.
Do total de etanol fabricado na quinzena, 98% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 202,32 milhões de litros neste ano contra 157,24 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022, disse a Unica.
(Por Roberto Samora)