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Flexibilização de restrições da Covid em cidades chinesas causa alívio e preocupação

Publicado 02.12.2022, 08:26
Atualizado 02.12.2022, 08:30
© Reuters. Proteção contra Covid em Pequim
 2/12/2022   REUTERS/Thomas Peter
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Por Martin Quin Pollard e David Kirton

PEQUIM (Reuters) - A flexibilização dos requisitos de teste da Covid-19 e das regras de quarentena em algumas cidades chinesas foi recebida com uma mistura de alívio e preocupação nesta sexta-feira, enquanto centenas de milhões aguardam uma mudança nas políticas nacionais sobre o vírus após protestos no país.

As medidas mais brandas foram bem recebidas pelos trabalhadores frustrados por três anos de restrições economicamente prejudiciais, mas abalaram outros que, de forma repentina, se sentem mais expostos a uma doença que as autoridades descreveram consistentemente como mortal até esta semana.

Os idosos, muitos dos quais ainda não vacinados, sentem-se mais vulneráveis.

Shi Wei, morador de Pequim que sofre de câncer linfático, passa a maior parte do tempo em isolamento, mas ainda se preocupa em pegar Covid e transmiti-la à mãe de 80 anos, enquanto sai para tratamento hospitalar a cada três semanas.

"Só posso rezar para que Deus me proteja", disse ele.

As políticas da Covid na China abalaram desde o consumo doméstico até a produção industrial e as cadeias de suprimentos globais, e infligiram estresse mental severo a centenas de milhões de pessoas.

A irritação pelas restrições mais rígidas do mundo alimentou dezenas de protestos em mais de 20 cidades nos últimos dias, em uma demonstração de desobediência civil sem precedentes na China continental desde que o presidente Xi Jinping assumiu o poder em 2012.

Questionado sobre os protestos em uma entrevista na televisão francesa na sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos apoiam a "liberdade de se expressar e mostrar sua frustração" dos manifestantes.

Menos de 24 horas depois que pessoas entraram em confronto com a polícia de choque na terça-feira em Guangzhou, um amplo centro industrial ao norte de Hong Kong, a cidade suspendeu lockdowns em pelo menos sete de seus distritos.

“Finalmente, podemos retornar lentamente às nossas vidas normais”, disse Lili, de 41 anos, que trabalha para uma rede de restaurantes em Guangzhou que foi autorizada a reabrir na quinta-feira.

Os lockdowns nos últimos anos resultaram em uma queda de 30% nos ganhos, segundo ela.

O vice-primeiro-ministro Sun Chunlan, que supervisiona os esforços da Covid, disse esta semana que a capacidade do vírus de causar doenças está enfraquecendo - uma mensagem que se alinha com o que as autoridades de saúde de todo o mundo têm dito por mais de um ano.

Embora as autoridades governamentais nas cidades que suspenderam os lockdowns não tenham mencionado os protestos em seus anúncios, as autoridades nacionais de saúde disseram que a China abordaria "preocupações urgentes" expressas pelo público.

© Reuters. Proteção contra Covid em Pequim
 2/12/2022   REUTERS/Thomas Peter

Algumas comunidades agora exigem testes menos frequentes e estão permitindo que contatos próximos de pessoas infectadas fiquem em quarentena em casa, de acordo com a mídia estatal, medidas que devem ser implementadas em todo o país nos próximos dias.

A China deve anunciar uma redução nacional na frequência com que testes em massa e testes regulares de ácido nucleico serão realizados, além de permitir que casos positivos e contatos próximos se isolem em casa sob certas condições, disseram fontes familiarizadas com o assunto à Reuters.

Chengdu e Tianjin, que estão entre as maiores cidades da China, anunciaram que não exigiriam que os usuários do metrô apresentassem testes de Covid negativos a partir de sexta-feira, outro relaxamento de uma restrição imposta para interromper a transmissão do vírus em espaços públicos lotados.

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