Por Bhargav Acharya e Alexander Winning
JOHANESBURGO (Reuters) - O diretor interino da principal agência de saúde pública da África disse nesta quinta-feira que espera que o acúmulo de vacinas, visto por nações mais ricas durante a pandemia de Covid-19, não se repita com o atual surto de varíola dos macacos.
A varíola dos macacos, uma infecção viral geralmente leve, é endêmica em países africanos como Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Nigéria.
Mas causou alarme global depois que mais de 200 casos suspeitos e confirmados do vírus foram detectados em pelo menos 19 países desde o início de maio, principalmente na Europa. Nenhuma morte foi relatada até o momento.
"As vacinas devem ir para onde são mais necessárias e de forma equitativa, com base no risco, e não em quem pode comprá-las", disse Ahmed Ogwell Ouma, do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças, em entrevista coletiva.
No passado, a Organização Mundial da Saúde alertou os países ricos contra o acúmulo de vacinas contra a Covid-19 e falta de suprimentos para países mais pobres, onde as taxas de inoculação são baixas.
Os comentários de Ogwell Ouma ocorreram um dia depois que especialistas em doenças da África do Sul disseram que não achavam que havia necessidade de campanhas de vacinação em massa globalmente contra a varíola e que as vacinas deveriam ser priorizadas para outras infecções mortais.