Uma pesquisa lançada pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) foi divulgada na terça-feira (29). Ele aponta que 70% dos brasileiros não confiam em bancos, tampouco em fintechs.
Intitulado Radar Febraban, o levantamento foi realizado com 3 mil pessoas de todo o Brasil. Ele foi realizado entre os dias 1 e 7 de março com pessoas bancarizadas e desbancarizadas.
Desconfiança com bancos e receio com a internet
A pouca confiança do brasileiro com o sistema bancário é geral. Nem mesmo as badaladas fintechs e bancos digitais, como Nubank e Inter, escapam.
Mais de um terço afirma que não confia em bancos (33%). Entre os que não confiam nas fintechs, o percentual é maior (37%).
Embora o levantamento não explique, os vazamentos de dados podem estar por trás dessas estatísticas. O banco Inter (SA:BIDI4), por exemplo, registrou dois vazamentos desde 2018.
Segurança de dados, aliás, é outra preocupação geral. Seis em cada dez entrevistados (62%) se sentem pouco ou nada seguros em relação à proteção dos seus dados pessoais na internet.
Apenas 29% se sentem seguros ou muito seguros. Nem mesmo a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) deixou a população mais tranquila.
Com isso, os brasileiros passaram a ter mais cautela no uso da Internet. Cerca de 56% afirmam ter muito cuidado com sua exposição e adotar medidas de proteção em relação aos seus dados.
Uso do Pix
O uso do sistema de pagamentos instantâneos Pix também foi alvo da pesquisa. E apesar de 81% dos usuários estarem satisfeitos, mais de um terço dos brasileiros nunca utilizou o Pix.
Especificamente, 38% dos brasileiros que possuem conta em banco nunca utilizou o sistema. Entre os desbancarizados, o índice é ainda maior: 57%.
O Radar Febraban aponta que 60% dos entrevistados já utilizou o Pix. Entre eles, 74% já enviaram ou receberam uma transferência pelo sistema. Outros 69% já fizeram ou receberam pagamentos.
Até mesmo a função “Tinder” do Pix foi mencionada na pesquisa. Cerca de 1% dos entrevistados respondeu que utilizou o sistema como forma de paquera. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o percentual aumenta para 4%.
Se levarmos em conta a população brasileira (210 milhões), seriam até 8,4 milhões de pessoas que utilizam o Pix como paquera. A prática não é proibida, mas já fez o Banco Central alertar os usuários para possíveis riscos.