O protocolo Cream Finance (CREAM) foi vítima de três ataques em outubro, conforme noticiou o CriptoFácil. Agora, o mesmo risco pode afetar uma das maiores redes de finanças descentralizadas, a Aave.
De acordo com um relatório da Delphi Digital, o protocolo Aave estaria sujeito à mesma vulnerabilidade que afetou o CREM no mês passado. Consequentemente, os investidores estariam começando a retirar fundos do protocolo.
Esta sequência de eventos causou uma queda acentuada de 25% na liquidez do Aave. Por um breve período, as taxas de empréstimos em AAVE foram muito maiores que compostos e fabricantes.
Fundador da Tron retira R$ 23 bilhões
O caso mais emblemático de retirada de fundos foi de Justin Sun, fundador da rede Tron (TRX). Três dias depois que o CREAM foi hackeado, Sun retirou a quantia de US$ 4,2 bilhões da Aave. A quantia, em valores atuais, corresponde a R$ 23,5 bilhões.
Quase metade do valor (R$ 12 milhões) estava em Ether (ETH), enquanto R$ 6,3 bilhões correspondem a participações na stablecoin USDC. Outras stablecoins e um pouco de Bitcoin (BTC) também faziam parte do portfólio de Sun.
O processo foi relatado pelo jornalista chinês Colin Wu em 30 de outubro, data que o valor foi retirado. De acordo com Wu, Sun teria retirado o dinheiro após a comunidade propor o congelamento e desativação de empréstimos.
Justin Sun transferred 4.2 billion US dollars from Aave, which may be related to this proposal by the community. pic.twitter.com/4YnbG7iNRL— Wu Blockchain (@WuBlockchain) October 30, 2021
A equipe de governança da Aave votou a proposta com o objetivo de mitigar o risco de ataques, trazendo taxas mais próximas da média do mercado. Embora a proposta em si não seja preocupante, ela confirma que de fato pode haver uma falha no protocolo.
Preocupação afeta liquidez da Aave
Caso seja uma falha que possa gerar um flash loan – o mesmo ataque que ocorreu contra a CREAM – as perdas seriam muito severas. De acordo com o site DeFi Pulse, a Aave é o terceiro protocolo DeFi em valor alocado, com mais de US$ 14 bilhões (R$ 78 bilhões na cotação atual).
Em um ataque de flash loan, o invasor geralmente utiliza manipulação para causar quedas no preço. Contudo, também é possível utilizar o mecanismo para desviar fundos de projetos. No caso do último ataque à CREAM, foi justamente o segundo caso que aconteceu.
Conforme dados da Delphi Digital, a Aave sofreu uma perda significativa de recursos nos últimos dias. O protocolo chegou a ter mais de US$ 22 bilhões em valor alocado, mas caiu abaixo de US$ 15 bilhões. No total, a Aave perdeu 32,7% de seu valor alocado desde o final de outubro.