CriptoFácil - A BNB, criptomoeda nativa da Binance, sofreu forte pressão de venda recentemente em meio a relatos de problemas com a exchange. Precisamente, a queda ocorreu depois que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) acusou a exchange de violar as sanções impostas contra a Rússia.
Como resultado, o mercado teme que a Binance possa sofrer uma nova investigação pelo país, e isso desencadeou uma forte correção na BNB. Isso fez o preço da criptomoeda atingir seu menor nível em mais de um ano.
Preço da BNB cai 15% em 2023
Na terça-feira (22), o preço da BNB sofreu uma queda de 3,6%, atingindo US$ 203,59, o que contribui para sua perda total acumulada no ano de aproximadamente 15%. O preço voltou a se recuperar nesta quarta-feira (23), mas valorizou apenas 2,5% – mantendo-se abaixo do nível anterior.
Só que esta queda até US$ 203 estabeleceu um novo recorde negativo da BNB em mais de um ano. A última vez que a BNB registrou uma queda tão forte foi em 16 de dezembro de 2022, quando chegou aos US$ 227. Desde então, a BNB jamais havia caído abaixo do suporte de US$ 220.
Este declínio ocorreu apesar do aumento significativo do Bitcoin (BTC), que subiu mais de 50% desde dezembro. A BNB seguiu na contramão exatamente por causa de seus problemas com a Binance. Atualmente, a criptomoeda detém um valor de mercado de cerca de US$ 32 bilhões, se mantendo como a quarta maior criptomoeda em valor de mercado.
Os detentores da BNB podem ganhar descontos nas taxas de negociação na Binance, bem como podem usar os tokens posteriormente para liquidar taxas na BNB Smart Chain.
Recentemente, a Binance tem passado por momentos muito difíceis ao lidar com os reguladores e seus parceiros de pagamentos. Em meio a todas as alegações regulatórias, o Checkout.com foi o último a parar de servir a Binance como provedora de serviços de pagamento.
DoJ vs Binance
Após as sanções dos EUA à Rússia no ano passado depois da invasão da Ucrânia, a Binance reduziu suas operações no país. No entanto, dados compilados pelo Wall Street Journal (WSJ) mostram que a Binance ainda continua a lidar com volumes substanciais de negociação em rublo.
O relatório observa que os clientes têm a capacidade de converter fundos de bancos sancionados em saldos na Binance usando camadas intermediárias. Além disso, a Binance facilita as trocas peer-to-peer (P2P) de rublos por tokens digitais, um processo que geralmente envolve bancos listados em listas negras ocidentais. No entanto, a Binance nega as acusações.
“A Binance segue as regras de sanções globais e aplica sanções a pessoas, organizações, entidades e países que foram colocados na lista negra da comunidade internacional, negando a tais atores o acesso à plataforma da Binance. A Binance não tem nenhuma relação com nenhum banco, na Rússia ou em outro lugar”, disse a exchange.
Uma fonte familiarizada com o assunto observou que o DoJ está conduzindo uma investigação sobre a Binance em relação a possíveis violações da Binance.US. A exchange, por sua vez, se comprometeu a colaborar com o DoJ e os oficiais da lei nos EUA.