GENEBRA (Reuters) - A Rússia negligenciou sua tarefa de garantir a destruição das armas químicas da Síria e evitar que o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, use gases venenosos proibidos, disseram os Estados Unidos nesta quarta-feira.
"A Rússia afirmar que o regime Assad eliminou seu estoque químico é simplesmente absurdo. Sua insistência em negar a culpa do regime Assad no uso de armas químicas é simplesmente incrível", disse o embaixador de desarmamento dos EUA, Robert Wood, à Conferência para o Desarmamento.
"A Rússia precisa estar do lado certo da história nesta questão. Atualmente ela está do lado errado da história".
A Síria voltou a negar as alegações norte-americanas de que usou armas químicas em áreas dominadas pelos rebeldes, e disse que "grupos terroristas", incluindo a Frente Al-Nusra e o Estado Islâmico, obtiveram algumas delas.
"Não é possível a Síria estar usando armas químicas, muito simplesmente porque não tem nenhuma em sua posse", disse Hussam Aala, embaixador sírio na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, ao fórum.
Sediada em Haia, a Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) iniciou no domingo uma investigação sobre ataques à região síria rebelada e sitiada de Ghouta Oriental para determinar se munições proibidas foram usadas, disseram fontes diplomáticas à Reuters.
A Síria assinou uma proibição internacional às armas químicas em 2013, parte de um acordo mediado por Moscou para evitar ataques aéreos dos EUA em retaliação a um ataque com gás nervoso que matou centenas de pessoas e que Washington atribuiu a Damasco. Nos anos seguintes, o estoque sírio declarado de gases venenosos foi destruído por monitores internacionais.