CriptoFácil - A Binance segue enfrentando desafios após ser alvo de processos judiciais por reguladores nos Estados Unidos. De acordo com uma reportagem da Forbes, publicada nesta sexta-feira (18), a empresa de processamento de cartão de crédito com sede em Londres Checkout.com encerrou seu contrato com a exchange de criptomoedas.
A empresa teria enviado duas cartas à Binance nos dias 9 e 11 de agosto informando sobre o fim da relação. As cartas foram redigidas pelo CEO da Checkout, Guillaume Pousaz, que mencionou no texto “relatórios de ações e ordens de reguladores em jurisdições relevantes”. Além disso, a segunda carta também citou preocupações adicionais sobre lavagem de dinheiro, sanções e controles de conformidade da Binance.
Procurada pela reportagem, a Binance disse que não concordava com a base Checkout para rescindir o contrato. Além disso, o representante da exchange afirmou que está considerando abrir uma ação legal contra a ex-parceira. Contudo, o porta-voz Dewi Mustajab ressaltou que o fim do acordo não irá impactar nas atividades da exchange.
“Percorremos um longo caminho para construir um programa de conformidade líder do setor e esperamos conquistar mais confiança com reguladores e parceiros”, disse Mustajab.
Binance e Checkout encerram acordo
Conforme noticiou o CriptoFácil, nesta semana a Binance anunciou o fim do Binance Connect, serviço que permitia a compra e venda de criptomoedas por empresas. Uma fonte disse à Forbes que o serviço encerrado tinha o apoio da Checkout.
Mustajab, por outro lado, afirmou que o serviço da exchange “tinha apenas um pequeno número de usuários e transações”.
Ainda segundo a reportagem, nos últimos meses, o Checkout processou entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões em transações da Binance. Além disso, a exchange já foi o maior cliente do Checkout, processando US$ 2 bilhões em transações durante um único mês em 2021. a Portanto, o fim do contrato pode ser um duro golpe para a exchange.
Segundo a Forbes, quando as partes firmaram o acordo, a Binance não quis implementar o 3D-Secure, um recurso de segurança projetado para mitigar o risco de lavagem de dinheiro. O objetivo era reduzir as barreiras para os clientes transferirem fundos.
Contudo, a ausência do recurso fez chover transações fraudulentas na Binance, conforme alertou a Visa à Checkout. E isso deixou a plataforma vulnerável. Depois disso, a Binance chegou a cobrir os fundos perdidos e aplicou medidas de segurança. A parceria cresceu nos anos seguintes, mas agora, chegou ao fim.
Nos Estados Unidos, a Binance é alvo de ações de duas agências reguladoras: a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e a Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC). Os reguladores acusam a exchange de facilitar lavagem de dinheiro, má gestão de ativos dos clientes, negociação de valores mobiliários sem autorização, entre outras alegações.
Vale ressaltar que em junho o provedor de pagamentos europeu PaySafe também desfez seu acordo com a Binance.