Após anos de repressão ao Bitcoin, o governo chinês parece ter mudado de ideia em relação à criptomoeda.
No domingo (18), o vice-presidente do Banco Popular da China (PBoC), Li Bo, aproveitou o espaço do painel Boao Forum for Asia para declarar que o BTC é uma “alternativa de investimento”.
Nova perspectiva
O novo discurso defendido pelo Banco Central do país veio após a alta valorização do Bitcoin, que recentemente atingiu sua máxima de US$ 64 mil.
A declaração do vice-presidente do PBoC ocorreu na mesma semana em que a Coinbase (NASDAQ:COIN) estreou suas ações na Nasdaq.
“O principal papel que vemos para as criptomoedas daqui para frente é o papel de alternativa de investimento”, disse Bo no evento.
Mudança progressiva
Embora a mudança de tom seja significativa, a instituição não comentou se aceita o Bitcoin como, de fato, uma moeda de troca.
No entanto, executivos da área mostraram-se otimistas com a nova postura do governo chinês à CNBC. Flex Yang, CEO da Babel Finance, disse que o discurso de Bo foi “progressivo”.
“Acho que é bastante significativo. É definitivamente diferente de suas declarações ou posições anteriores sobre criptomoedas. […] Os governos estão percebendo que é uma classe de ativos digitais viável e estabelecida”, pontuou Vijay Ayyar, chefe de desenvolvimento de negócios de criptomoedas da Luno.
Yuan digital
Apesar da “resistência” do PBoC às criptomoedas, a instituição financeira está desenvolvendo o yuan digital. A moeda digital chinesa já está em teste no país.
Inclusive, há interesse do governo em viabilizar sua troca durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 2022.
“Para as próximas Olimpíadas de Inverno de Pequim, estávamos tentando tornar o yuan digital disponível. Não apenas para a população local, mas também para atletas estrangeiros e visitantes”, disse Bo no painel.
Com a aprovação, a China torna-se a primeira nação a emitir sua própria moeda digital. O Banco Central do Brasil também começou a discutir uma possível implementação do real digital