O preço da EOS registrou uma valorização de 24% nas últimas 24 horas, superando a região dos R$ 8,00, por causa de um anúncio publicado nesta quarta-feira (17). De acordo com o anúncio, a Fundação EOS pretende fazer uma divisão na rede (hard fork) e separá-la da Block.one.
Segundo a Fundação EOS, a nova rede se chamará EOSIO, uma espécie de “reposicionamento de marca da rede. Ao mesmo tempo, o grupo quer retirar o controle da blockchain das mãos da Block.one, empresa que criou a EOS. O hard fork está previsto para ocorrer no dia 21 de setembro.
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Desde que a EOS fez sua Oferta Inicial de Moedas (ICO) em 2017, a Block.one e a Fundação EOS travam uma batalha. Pelo desempenho da EOA após o anúncio, o mercado parece aprovar a intenção de se distanciar da empresa.
ICO promissor, mas sem entregas
Em 2017, a Block.one levantou US$ 4 bilhões por meio da ICO da EOS, ou R$ 20,6 bilhões na cotação atual. Até hoje, a EOS detém o recorde de ICO que mais captou recursos em toda a história deste mercado.
No entanto, a Block.one não conseguiu entregar todas as promessas feitas aos investidores. Como resultado, a EOS, que atingiu sua máxima em 2018, não conseguiu se recuperar. Mesmo durante a alta do mercado em 2021, a EOS conseguiu no máximo se aproximar de suas máximas.
A princípio a EOS despertou o interesse de grandes nomes do mercado, como o cofundador do PayPal (NASDAQ:PYPL), Peter Thiel. Mas a disputa entre a Fundação EOS e a Block.one pesou e afastou muitos investidores.
Início das disputas
A Fundação EOS possui a liderança de Yves La Rose, que anunciou a realização do hard fork marcado para setembro. Inicialmente, La Rose trabalhou para estreitar os laços da Fundação com a Block.one, mas a relação azedou.
Em fevereiro, La Rose acusou a Block.one de atuar com “negligência e fraude” após a ICO da EOS, e abriu um processo contra a empresa. Depois, a comunidade votou para parar de emitir tokens EOS adquiridos para Block.one no final de 2021. Isso resultou no bloqueio da emissão de 67 milhões de EOS, ou R$ 524 milhões em valores atuais.
Com o hard fork, a Fundação EOS se prepara para cortar completamente os laços com Block.one, no que La Rose chamou de “novo capítulo”. Nesse sentido, a Fundação assumirá o controle da rede e a EOS receberá o nome de EOSIO.
Dentro desse processo, a Fundação planeja transferir a propriedade do projeto para longe da Block.one e suas empresas afiliadas, recuperando o controle. Por isso que sugeriram a criação do hard fork, que será responsável por esta etapa.
“Isso marca o fim de uma jornada turbulenta de um código-fonte controlado por uma entidade tóxica para um projeto verdadeiramente descentralizado e de código aberto”, disse La Rose na segunda-feira (15).