Após um dos fundadores da BitMEX decidir se entregar, agora é a vez de Arthur Hayes, ex-CEO da empresa. O executivo enviou uma proposta na qual anuncia seu desejo de se entregar.
A proposta foi enviada ao juiz John G. Koeltl, do tribunal do Distrito Sul de Nova York na terça-feira (16) e acordada com autoridades dos Estados Unidos.
Pelo acordo, Hayes teria permissão para ser libertado em troca de um título de reconhecimento pessoal de US$ 10 milhões, pagos a título de indenização.
Esse título terá uma garantia de 10% do valor (US$ 1 milhão), que serão pagos em dinheiro. O acordo será assinado por Hayes e sua mãe.
Rendição será no Havaí
Hayes pretende se render no Havaí em 6 de abril. Lá, o escritório local do FBI o transportará para o tribunal, onde seu julgamento terá início.
Após seu comparecimento inicial ao tribunal, Hayes ficaria no Havaí por um período de quarentena. O executivo afirmou que viajaria a Nova York para as audiências e reuniões com seus advogados.
Aparentemente, Hayes não será preso nos EUA. Ele terá permissão para manter seu passaporte e poderá ficar em sua casa em Cingapura.
Embora seja nascido nos EUA, Hayes possui residência no país asiático e mora lá. Ele terá viagens pré-aprovadas aos EUA para os compromissos de audiência.
Entenda o caso
No início de outubro, a BitMEX foi processada pela Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities dos Estados Unidos (CFTC, na sigla em inglês).
A exchange foi acusada de apresentar falhas no combate a lavagem de dinheiro. Segundo a CFTC, a BitMEX teria recebido cerca de US$ 11 bilhões. O valor corresponde a R$ 62 bilhões na cotação da época.
O dinheiro foi enviado em Bitcoin por clientes residentes dos EUA. A origem do dinheiro não tinha como ser comprovada, pois a BitMEX não dispunha de identificação de cliente obrigatória (KYC).
Após o processo, Hayes e diversos executivos importantes deixaram seus cargos na BitMEX. Contudo, eles não se entregaram de imediato para as autoridades.