A Polícia Federal está investigando um suposto trader que teria montado um esquema de pirâmide e, com isso, deixado um prejuízo de pelo menos R$ 70 milhões.
Sérgio Pinz Engelsdorff, um ex-servidor da Caixa Econômica, teria lesado centenas de pessoas em todo o Brasil. A promessa era de ganhos muito acima dos praticados no mercado, de 10% a 15% ao mês sobre supostas operações da bolsa de valores.
Pinz fez vítimas em todo o Brasil
Conforme noticiou o Balanço Geral na quinta-feira (12), Sérgio Pinz, como era conhecido, teria montado uma grande estrutura. Ele teria diversos representantes e captadores em todo país que convenciam as pessoas a entrarem no negócio.
O delegado responsável pelo caso, Antônio Franklin de Souza Firmeza, disse que Pinz atuava desde 2016. No início, ele procurava principalmente servidores públicos para investir no esquema, mas também fez vítimas em igrejas.
Uma delas é um empresária de Goiás que preferiu não se identificar. Ela relatou que conheceu o negócio através de uma amiga da igreja que convenceu que se tratava de algo legítimo. Assim, investiu ao todo R$ 200 mil.
Outro investidor que afirma ter sido lesado por Pinz também conheceu o esquema na igreja que frequentava. Lucas Vinicius Mendes Campos conta que fez diversos depósitos na conta de Pinz, totalizando cerca de R$ 70 mil.
Desde novembro de 2019, ele não recebe os rendimentos prometidos.
Nas redes sociais, existe um grupo com quase 500 pessoas que afirmam ter sido lesadas pelo investigado. São vítimas do Paraná, São Paulo e das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
De acordo com a reportagem, Pinz começou a trabalhar na captação de dinheiro em 2011, quando ainda trabalhava na Caixa Econômica.
Ele foi demitido do banco acusado de peculato, crime praticado por servidores públicos, e foi condenado pela Justiça por ter se apropriado de dinheiro de correntistas para o pagamento de contas particulares.
Assim que deixou o banco, ele começou a se dedicar exclusivamente aos negócios particulares. Dessa forma, passou a se apresentar como operador da bolsa de valores e dizia ter informações privilegiadas.
PF e MPF investigam Pinz
O delegado Firmeza, de Joinville (SC), instaurou inquérito a pedido do Ministério Público para investigar denúncias de estelionato contra Pinz.
No entanto, por se tratar de suposto crime contra o sistema financeiro, a investigação foi transferida para a Polícia Federal e Ministério Público Federal.
Além disso, como foi possível identificar outros membros do esquema, ele também é investigado por formação de organização criminosa.
Segundo as investigação, Pinz chegou, de fato, a operar na bolsa através da corretora Genial Investimentos. Entretanto, ele não possuía autorização dos órgãos competentes para atuar.
O delegado acredita que no decorrer da fraude ele não conseguiu dar vazão aos pagamentos dos investidores e, então, montou a pirâmide.