A Interpol chegou ao metaverso. Na última quinta-feira (20), a Organização Internacional de Polícia Criminal anunciou o primeiro metaverso projetado para a aplicação da lei em todo o mundo. O anúncio foi feito em uma sessão surpresa da 90ª Assembleia Geral da Interpol em Nova Délhi.
De acordo com uma nota da organização, o seu metaverso é fornecido pela Interpol Secure Cloud. Ele vai permitir que os usuários visitem um fac-símile virtual da sede da Secretaria-Geral da Interpol em Lyon, na França. Tudo isso sem limites físicos. Além disso, os usuários vão poder interagir com outros oficiais por meio de seus avatares. Também será possível fazer cursos imersivo em investigação forense e em outras capacidades.
“Para muitos, o metaverso parece anunciar um futuro abstrato. Mas as questões que ele levanta são aquelas que sempre motivaram a Interpol. Ou seja, apoiar os nossos países membros a combater o crime e tornar o mundo, virtual ou não, mais seguro para aqueles que o habitam.” disse o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock. “Podemos estar entrando em um novo mundo. Mas o nosso compromisso permanece o mesmo.”
Além da chegada ao metaverso em si, a Interpol também anunciou a criação de um Grupo de Especialistas no Metaverso. A ideia é levar a esse ambiente as preocupações da aplicação da lei no cenário global, garantindo que esse novo mundo virtual seja seguro por design.
Policiamento no metaverso
Conforme destacou a Interpol em nota, o metaverso não é só um espaço virtual para jogadores. Em vez disso, é apontado como o próximo estágio potencial no desenvolvimento da Internet. Estima-se, por exemplo, que até 2026, uma em cada quatro pessoas passará pelo menos uma hora por dia no metaverso, seja para trabalhar, estudar, fazer compras e socializar, de acordo com a empresa de pesquisa Gartner.
Em paralelo a isso, o crime também está se tornando mais virtual, como mostra o recém-lançado relatório da Interpol, o Global Crime Trend.
“Os criminosos já estão começando a explorar o Metaverso. O Fórum Econômico Mundial, que fez parceria com a Interpol, Meta, Microsoft (NASDAQ:MSFT) e outros em uma iniciativa para definir e governar o metaverso, alertou que golpes de engenharia social, extremismo violento e desinformação podem ser desafios particulares”, disse a Interpol.
A organização acrescentou que, para a aplicação da lei, algumas dessas ameaças apresentarão desafios. Isso porque nem todos os atos que são criminalizados no mundo físico são crimes quando ocorrem no mundo virtual.
“Ao identificar esses riscos desde o início, nós podemos trabalhar com as partes interessadas para moldar as estruturas de governança necessárias e eliminar os futuros mercados criminosos antes de sua formação”, disse Madan Oberoi, diretor de Tecnologia e Inovação da Interpol. “Somente tendo essas conversas agora podemos construir uma resposta eficaz.”
Por fim, a Interpol destacou que o metaverso traz muitos benefícios para a aplicação da lei, sobretudo em termos de trabalho remoto, rede, coleta e preservação de evidências de cenas de crime e treinamento. Além disso, a capacitação nesse ambiente virtual é promissora, oferecendo aos alunos mais oportunidades de colaboração.