CriptoFácil - O juiz Lewis Kaplan, responsável pelos processos contra a FTX, permitiu que o ex-CEO da exchange, Sam Bankman-Fried (SBF), se reúna com seus advogados a fim de preparar sua defesa para o julgamento de outubro. Com isso, SBF poderá passar um tempo fora de sua cela no Metropolitan Detention Center (MDC), em Nova Iorque.
De acordo com a decisão, SBF poderá se reunir com a sua defesa e terá acesso à Internet e um dispositivo com conexão. O juiz Kaplan afirmou que a medida visa dar ao ex-CEO da FTX condições de preparar sua defesa.
No entanto, a decisão não se trata de um privilégio, já que Kaplan também colocou restrições. Por exemplo, a reunião só poderá ocorrer nesta terça-feira (22), entre as 8h30 e as 15h00 do dia 22 de agosto. A defesa tentou solicitar outros dias e horários, mas o juiz negou todos os demais pedidos.
Bankman-Fried ficará algumas horas fora da cela
Conforme declarado na ordem de Kaplan, Bankman-Fried poderá conversar com seu advogado fora de sua cela, mas sem sair do MDC. Para isso, o ex-CEO terá acesso a sala dos advogados do bloco de celas da prisão.
Além disso, SBF pode trazer um laptop com acesso à Internet e um dispositivo Wi-Fi. O juiz também rejeitou todos os outros pedidos que a defesa solicitou.
Seus advogados instaram o juiz Kaplan a conceder liberdade para seu cliente durante a semana, alegando que as condições da prisão são muito restritivas e não permitiriam que ele se preparasse adequadamente para o julgamento. Conforme noticiou o CriptoFácil, SBF deve ficar preso até a data do julgamento, prevista para 2 de outubro.
O MDC é conhecido nos Estados Unidos por ser uma prisão com “condições desumanas”. A prisão sofre com escassez de pessoal e falta de energia, bem como denúncias de má alimentação e esgoto exposto nas celas.
Durante vários meses, Bankman-Fried ficou em prisão domiciliar na casa de seus pais sob uma fiança de US$ 250 milhões. Mas o privilégio acabou depois que o ex-executivo tentou contato com testemunhas no processo da FTX.
De acordo com os promotores, SBF teve papel ativo no vazamento do diário privado de Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research. O objetivo da ação era desqualificar Ellison como uma possível testemunha contra SBF, interferindo diretamente no caso. Diante desse fato, as autoridades revogaram a prisão domiciliar e mandaram SBF para a cadeia.
O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) foi a principal agência que insistiu na prisão, argumentando que as ações de SBF poderiam ter intimidado Ellison.
Do luxo ao lixo
Bankman-Fried passou quase oito meses na casa de US$ 4 milhões de seus pais em Palo Alto, Califórnia. O acordo despertou revolta em muitos usuários, que questionava os luxos de SBF enquanto os clientes da FTX sofriam privações com seu dinheiro preso na corretora.
Em uma súbita reviravolta nos acontecimentos, porém, as autoridades o mandaram para a prisão em 12 de agosto por alegações de adulteração de testemunhas. Vale ressaltar que ele passará os dias até seu julgamento em um dos piores presídios de Nova York – o MDC.
A instalação tem capacidade para 1.000 presos, mas atualmente está lotada com mais de 1.600 pessoas. As terríveis condições de vida incluem banheiros transbordando, rumores de corrupção, água e alimentos contaminados e violência.
Se for considerado culpado de todas as acusações de fraude no final deste ano, o SBF pode receber uma pena de prisão de até 115 anos. Ainda não se sabe se ele permanecerá no MDC Brooklyn depois de ouvir tal punição potencial.