CriptoFácil - Em uma entrevista recente na Conferência Bitcoin 2023 em Miami, o empresário americano Michael Saylor fez declarações sobre o futuro da custódia do Bitcoin (BTC). Saylor, CEO da MicroStrategy (NASDAQ:MSTR), sugeriu que todos os grandes bancos do mundo eventualmente começarão a guardar Bitcoin, citando a crescente adoção da principal criptomoeda por empresas, instituições, usuários e até mesmo governos.
No Brasil, vários bancos oferecem serviços de investimento indireto em criptoativos, entre eles o BTG (BVMF:BPAC11) que oferece custódia e negociação por meio da Mynt. Enquanto isso, o Itaú está testando a tokenização de título e o Santander (BVMF:SANB11) já declarou a intenção de oferecer custódia a exchange de criptomoedas.
De acordo com Saylor, grandes instituições, corporações e outros precisarão de uma infraestrutura de custódia do Bitcoin. “Então, acredito que chegará um momento em que todos os grandes bancos guardarão Bitcoin”, insistiu.
Saylor destacou ainda que existem grupos de pessoas que razoavelmente não serão capazes de custodiar seus fundos sozinhas, à medida que a adoção genuína do Bitcoin avança. Isso inclui, por exemplo, crianças que herdam participações de seus avós ou adultos mais velhos que sofrem de doença de Alzheimer e não conseguem mais gerenciar BTC.
“Então, acredito que o Bitcoin inevitavelmente permeará todas as instituições tradicionais do mundo de diferentes maneiras, por várias razões”, afirmou Saylor, Presidente Executivo e CEO da MicroStrategy.
Gestão de Bitcoin
As observações de Saylor estão alinhadas com uma tendência gradual que vem se desenvolvendo em instituições financeiras ao redor do mundo há algum tempo. Entidades como o BNY Mellon nos Estados Unidos começaram a oferecer serviços de custódia de BTC já em outubro de 2022.
No Brasil, o movimento dos bancos com a indústria de criptomoedas foi liderado pelo BTG que em 2019 lançou um token próprio na Tezos, o Reitz, e depois passou a oferecer serviços com criptomoedas pela Mynt.
Iniciativas semelhantes também surgiram no Japão, onde bancos demonstraram interesse em fornecer serviços de custódia do Bitcoin. Em maio de 2022, a instituição financeira Sumitomo Mitsui (NYSE:SMFG) Trust criou uma empresa para oferecer serviços de custódia para BTC, tokens não fungíveis (NFTs) e outros ativos cripto institucionais.
Até mesmo a Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio dos Estados Unidos (SEC) propôs em fevereiro de 2023 que os Bitcoins sejam mantidos em bancos, em vez de exchanges, contrariando a prática tradicional dos usuários de criptomoedas.