Depois do movimento de El Salvador com o Bitcoin, a Índia aparentemente atenuou sua postura crítica com a criptomoeda. O New Indian Express revelou nesta quinta-feira (10) que o governo indiano planeja aceitar o BTC como classe de ativos em breve.
De acordo com fontes, a Comissão de Valores Mobiliários da Índia (SEBI, na sigla em inglês) será responsável por supervisionar os regulamentos do setor.
Além disso, o Ministério das Finanças supostamente avalia com especialistas a formulação de um plano de regulamentação.
Índia abandona postura hostil com o Bitcoin
O efeito El Salvador aparentemente está provocando mudanças na indústria de ativos digitais. Depois que o país da América Central adotou o Bitcoin como moeda de curso legal, outras nações acenaram apoio ao BTC.
Fontes revelaram que o governo indiano abandonou a postura hostil perante a moeda digital. Em março, circulava no mercado que a Índia proibiria a mineração e a negociação de criptomoedas.
No entanto, a opinião do Estado sobre a maior criptomoeda em valor de mercado pode ter mudado. De acordo com os relatos, a SEBI está encarregada de supervisionar normas que tornem o Bitcoin uma classe de ativos.
Além disso, especialistas da indústria de criptomoedas avaliam com o Ministério das Finanças a criação de um novo conjunto de regulamentação.
Segundo uma fonte, um projeto de regulamentação de criptomoedas será apresentado no Parlamento durante a sessão das moções.
Transações com tokens
A suposta movimentação do governo vem dias depois do Banco de Reserva da Índia (RBI, sigla em inglês) instruir às instituições financeiras que não barrem transações com tokens virtuais.
“Podemos dizer que o novo comitê de criptomoedas está muito otimista na regulamentação e legislação de ativos digitais. Um novo projeto estará em breve no Gabinete, que analisará o cenário geral e dará o melhor passo. Temos muita esperança de que o governo adote a tecnologia blockchain e as criptomoedas”, disse Ketan Surana, diretor financeiro da Coinsbit.
Em paralelo a isso, um white paper desenvolvido pela IndiaTech reforça que a adoção do Bitcoin no país asiático como uma classe de ativos é uma alternativa mais realista.
O documento também sugere uma taxação em cima de investimentos com criptomoedas.
Criptomoeda de curso legal
Apesar da suposta movimentação da Índia, Hitesh Malviya não acredita que o governo considere adotar o Bitcoin como moeda legal. Para o especialista em blockchain, tal aderência é indicada apenas aos países que dependem de uma fiat estrangeira.
“Acredito que o governo indiano vai explorar uma maneira de regularizar o Bitcoin. Não acho que a Índia aceitará o Bitcoin como moeda de curso legal, pois afetaria a posição da rupia indiana. Aceitar o Bitcoin como moeda legal é indicado aos países que não têm moeda própria ou dependem do dólar.”
No caso de El Salvador, a economia local é baseada na moeda estadunidense. Além disso, a maior parte da população não tem conta bancária.