Charlie Munger, sócio e amigo de longa data de Warren Buffet, falou durante a reunião anual do Daily Journal. E um dos assuntos abordados pelo investidor de 97 anos foi o Bitcoin.
Durante duas horas, Munger discorreu sobre vários assuntos relacionados ao jornal, que tem a Berkshire Hathaway como maior acionista. No final, foi aberto um espaço para perguntas e respostas.
Sistema financeiro dos Estados Unidos sob ameaça?
Em uma das perguntas, alguém questionou Munger sobre o que ele via como a maior ameaça competitiva para os bancos dos EUA a longo prazo.
O objetivo da pergunta foi avaliar a potencial ruptura tecnológica de empresas como Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) e Apple Pay (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), carteiras digitais e até o Bitcoin. Os bancos digitais também cresceram bastante como concorrentes.
Munger, no entanto, respondeu que não sabia como o sistema de pagamentos iria evoluir. Mas, ao mesmo tempo, acredita que os bancos não irão acabar.
“Eu realmente acho que um banco administrado adequadamente é um grande contribuinte para a civilização. Os bancos centrais do mundo gostam de controlar seu próprio sistema bancário e seu próprio suprimento de dinheiro”, disse.
E o Bitcoin?
No ensejo da pergunta, Munger voltou a dar sua opinião sobre o Bitcoin. Para ele, a criptomoeda – que chamou de “substituto artificial do ouro” – não será uma substituta nem ameaça para os bancos.
Ele ainda foi além e disse que o Bitcoin não se tornaria uma moeda de reserva mundial. E aconselhou que os investidores não adquirissem Bitcoin.
“Assim como nunca compro ouro, nunca comprarei Bitcoin. Recomendo que outras pessoas sigam minha prática”, afirmou Munger.
Outra pergunta que foi feita ao investidor foi se a Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) (SA:BERK34) adicionaria Bitcoin entre seus ativos. Diversas empresas, como a Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) e a MicroStrategy (NASDAQ:MSTR), adotaram esta estratégia desde o ano passado.
Contudo, Munger foi taxativo em sua resposta e jogou um banho de água fria nos otimistas. “Não vamos seguir os passos da Tesla e comprar Bitcoin”, concluiu.
Esta não foi a primeira vez que o veterano investidor fala sobre o Bitcoin. Há quase quatro anos, Munger classificou a criptomoeda como algo “inútil” e como “veneno de rato”. Esta última frase, por sinal, teve coro do seu sócio Warren Buffett.