CriptoFácil - A Tether está de volta aos holofotes por causa de sua stablecoin, a USDT. Mais uma vez, a mídia começou a especular por causa das suas reservas potencialmente não confiáveis.
Dessa vez, de acordo com o Wall Street Journal (WSJ), a polêmica diz respeito a uma modalidade chamada “empréstimos garantidos”, que envolvem os tokens USDT. Em resposta, a empresa prometeu reduzir os empréstimos garantidos em suas reservas a zero até o final de 2023.
Do que se trata?
Em 1 de dezembro, o WSJ escreveu um texto de alerta aos “empréstimos garantidos” da Tether. Nessa modalidade, a empresa empresta tokens de stablecoin em vez de vendê-los antecipadamente por moeda forte. Ou seja, a empresa não faria o resgate imediato dos tokens, de acordo com a matéria.
Segundo o site da Tether, esses empréstimos representavam US$ 6,1 bilhões em 30 de setembro. Em termos relativos, quase 9% de suas reservas estão na forma desse crédito.
A Tether afirma que esses empréstimos são supercolateralizados por ativos “extremamente líquidos”, mas o WSJ afirma que a empresa fornece poucos detalhes sobre a natureza exata dessa garantia. Além disso, a empresa também não diz que são os tomadores dos empréstimos.
Dessa forma, não há como avaliar o risco da Tether sofrer algum calote com essa modalidade. O WSJ usou esse ângulo para sugerir que esses empréstimos criam riscos para a empresa no que se refere aos resgates.
“A Tether não pode ter certeza de seus clientes vão pagar os empréstimos, ou que poderiam vender os empréstimos a um comprador por dólares em uma pitada. Outro problema é a garantia dos empréstimos, que pode ser duvidosa”, escreveu o jornal.
Empresa refuta matéria
Na terça-feira (13), a Tether escreveu um texto em seu site respondendo a matéria do WSJ e classificou a reportagem como “desinformação”. A empresa também acusou os opositores da empresa e a “grande mídia” de espalhar desinformação.
Contudo, a Tether também se comprometeu a acabar com os referidos empréstimos. No texto, a empresa se compromete a encerrar as operações totalmente até o final de 2023.
“A Tether é gerenciada de forma profissional e conservadora e isso será demonstrado mais uma vez ao encerrar com sucesso o negócio de empréstimos sem perdas (uma vez que todos os empréstimos são garantidos em excesso por ativos líquidos)”, escreveu Tether.
Depois, a Tether citou reportagens anteriores para confirmar os supostos “erros” da mídia com a empresa. Por exemplo, as suspeitas de que a Tether detinha 70% de suas reservas com a Evergrande (OTC:EGRNY) e que os papeis comerciais mantido em suas reservas não era confiáveis. Em outubro, a Tether confirmou a venda de todos esses papéis, trocando-os por títulos do governo estadunidense.
Ondas de risco
Com a quebra de vários grandes players da indústria, como Celsius, FTX e Alameda, os membros da comunidade cripto estão começando a criar teorias sobre quem será o próximo a cair. Por enquanto, a Tether e a exchange Binance lideram as apostas nesse sentido.
A Binance já tem que lidar com um grande desafio: processar bilhões de dólares em saques – particularmente aqueles denominados em USDC. Nas últimas 24 horas, os clientes retiraram o equivalente a cerca de US$ 8 bilhões de suas contas.
O CEO da Binance Chanpeng Zhao, o CZ, garantiu que qualquer atraso na retirada se deve simplesmente à necessidade de trocar BUSD por USDC. A empresa chegou a paralisar os saques de USDC, mas retomou as operações horas depois.