XP se prepara para aumentar aposta em criptomoedas

Publicado 03.06.2021, 10:37
Atualizado 03.06.2021, 22:46
© Reuters XP se prepara para aumentar aposta em criptomoedas

A XP Investimentos (NASDAQ:XP), de Guilherme Benchimol, tem na mesa de projetos a criação de uma plataforma de criptomoedas. A ideia da empresa é pegar carona em um tipo de ativo que está atraindo cada vez mais interesse entre investidores brasileiros, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Na maior plataforma de investimentos do País, o assunto não é exatamente uma novidade: as criptomoedas já estavam havia alguns anos na mira, mas acabaram abandonadas. Agora, podem fazer um retorno - em condições mais favoráveis.

Os sócios da XP, que fazem parte da XP Controle, chegaram a montar uma corretora de criptomoedas, a Xdex, em 2018. No começo do ano passado, porém, a operação encerrou atividades. Os motivos citados foram as dificuldades de empreender em um mercado não regulado. Agora, com esse investimento se popularizando ainda mais, atingindo milhões de investidores, a ideia é que a XP retome o projeto.

Outra questão que teria afastado a XP da plataforma de cripto no passado seria um "veto" de seu sócio Itaú Unibanco (SA:ITUB4), detentor de 49% das ações da XP. Agora, com o maior banco da América Latina começando a se desfazer dessa posição na XP e perto de repassar a participação para que seus acionistas possam deter os papéis diretamente, as portas abriram-se de vez para o investimento.

A XP ainda não bateu o martelo sobre o assunto nem o formato da aposta nas criptomoedas, comentou uma fonte, mas uma movimentação é esperada para o curto prazo. De qualquer forma, a visão é que, em relação à regulação, a visão do Banco Central sobre o tema está mais "pacificada".

Acesso

Atenta ao maior interesse de seus investidores para o mercado de criptoativos, a XP, nesse meio tempo, tem adicionado fundos de investimento desses ativos em sua plataforma, com valores de entrada acessíveis às pessoas físicas.

O mercado de bitcoin, a criptomoeda mais famosa em todo o mundo, vem crescendo ano a ano, impulsionado pela valorização do ativo - que, de qualquer forma, é visto por especialistas, como volátil. Além do bitcoin, há atualmente uma gama de criptoativos disponíveis para investimentos. Mesmo no Brasil, a quantidade de corretoras especializadas nessa área está em forte expansão.

O assunto ficou ainda mais quente dentro da XP depois da abertura de capital da Coinbase (NASDAQ:COIN), a maior plataforma desse tipo nos Estados Unidos - a operação ocorreu na bolsa norte-americana Nasdaq, voltada a negócios de tecnologia.

Após uma forte valorização desde sua estreia, em abril, a companhia já tem valor de mercado na casa de US$ 100 bilhões, montante superior ao de quase todas as empresas listadas na Bolsa brasileira.

Por aqui, uma das maiores desse mercado, o Mercado Bitcoin, que estava acompanhando de perto essa operação no exterior, já está com bancos contatados para fazer seu IPO (oferta inicial de ações) ainda este ano. A estimativa é de que essa oferta poderá girar até R$ 10 bilhões.

A leitura é de que a operação da Coinbase, a primeira plataforma de criptomoedas a abrir capital, servirá para criar "massa" crítica para outras transações ao redor do mundo.

Conflito à vista?

Os estudos em torno da criação da plataforma teria sido a razão para que o presidente do Banco XP, José Berenguer, que comandou por anos a operação no Brasil do JP Morgan, renunciasse ao cargo de conselheiro da Bolsa brasileira, a B3 (SA:B3SA3), cadeira que ocupava desde 2013.

Segundo fontes, a renúncia ocorreu para se evitar potenciais futuros conflitos que podem surgir entre os dois cargos com a possível criação dessa plataforma de criptoativos.

A saída do executivo do colegiado criou tensão na quarta entre investidores, que passaram a acreditar que a decisão poderia ter relação com a chegada de uma competidora ao mercado de bolsas no Brasil.

Em relatório na manhã da quarta-feira, o JP Morgan afirmou que a saída do executivo, "mesmo que não esteja ligada à competição no curto prazo, poderia facilitar tal empreendimento, uma vez que não representa mais conflito de interesses.".

Procurada, a XP não comentou o assunto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.