Investing.com – Ainda que a inflação anual tenha ficado em patamar abaixo de 5% conforme indicador divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 11, a expectativa de analistas do mercado é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano acima da meta. O alvo definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em 3,25%, com 1 ponto percentual e meio de limite, vem sendo alvo de críticas. “Se a meta de inflação está errada, muda-se a meta”, afirmou na semana passada o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Levando em conta esse cenário, pesquisa realizada pela Warren Rena com agentes de mercado aponta que, para 75%, o CMN irá alterar as metas de inflação nos próximos dois anos.
O estudo foi realizado com 155 gestores, estrategistas e economistas de mercado, avaliando qual a percepção deles em relação a uma eventual alteração das metas de inflação e possíveis impactos.
O levantamento indica que 75% dos entrevistados acreditam que a meta de 2024 será alterada para 4,0%, com ou sem alteração das bandas. Além disso, para 34%, o principal catalisador de reancoragem das expectativas seria a leitura de que o novo arcabouço fiscal é crível.
Impactos da mudança nas expectativas
Caso a definição seja de um aumento na meta em um ponto percentual no ano que vem, 25% dos entrevistados estima alta de 0,50/0,75 bps no IPCA daquele ano. Outros 24%, no entanto, projetam estabilidade.
Sistema anual
O estudo aponta que 42% dos entrevistados acreditam que o sistema de meta por ano calendário será mantido, enquanto 39% projetam substituição por meta de médio prazo e 17% por horizonte de média móvel da inflação no médio prazo.
Arcabouço fiscal e inflação
Para 57% dos entrevistados, o novo arcabouço fiscal apresentado não gera impacto relevante sobre as expectativas de inflação de 2024. Para 25%, o impacto é altista.
Além disso, 45% afirmam que a regra não resulta em mudança sobre as expectativas de inflação de 2025 e 2026. 33% avaliam que a alteração seria de piora.