‘Tempestade perfeita’ derruba estas ações em mais de 10% hoje; é hora de comprar?
FRANKFURT (Reuters) - O acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia está próximo da linha de base assumida pelo Banco Central Europeu, mas a incerteza persiste em setores-chave como o farmacêutico e o de semicondutores, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, nesta quarta-feira.
A UE aceitou tarifas de 15% sobre a maioria dos itens no acordo firmado no mês passado, evitando uma guerra comercial total e proporcionando maior clareza às empresas, mesmo que as novas barreiras reduzam o crescimento econômico.
"O acordo comercial estabelece uma tarifa média efetiva estimada entre 12% e 16% para as importações norte-americanas de produtos da zona do euro", disse Lagarde em Genebra.
"Essa tarifa média efetiva é um pouco mais alta -- mas ainda próxima -- das premissas usadas em nossas projeções de base em junho passado", disse ela. "O resultado do acordo comercial está bem abaixo do cenário severo para as tarifas dos EUA de mais de 20%."
A projeção básica do BCE pressupõe um crescimento econômico de 1,1% no próximo ano, enquanto o resultado "severo" teria reduzido esse crescimento para 0,7%, segundo as projeções de junho do BCE.
É provável que o acordo comercial entre os EUA e a UE ainda pese sobre o crescimento econômico, acrescentou Lagarde, dizendo que uma desaceleração há muito prevista já era evidente nos dados econômicos do segundo trimestre.
A UE, que sempre dependeu de um amplo comércio exterior para crescer, deve agora diversificar seu comércio com outras nações para manter o crescimento e compensar o impacto negativo das tarifas norte-americanas, disse Lagarde.
"Embora os Estados Unidos sejam -- e continuarão sendo -- um importante parceiro comercial, a Europa também deve procurar aprofundar seus laços comerciais com outras jurisdições, aproveitando os pontos fortes de sua economia voltada para a exportação", disse ela.
(Reportagem de Balazs Koranyi)